Porto Velho (RO) segunda-feira, 7 de julho de 2025
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Opinião

Opinião: PT versus Dilma. Uma batalha interminável



Por Carlos Chagas

O verdadeiro problema de Dilma Rousseff não se chama Antônio Palocci, apesar do óbvio desgaste causado no governo pelo chefe da Casa Civil. Grave, mesmo, sem que qualquer caneta possa resolver, é o relacionamento da presidente com o PT. Melhor dizendo, do PT com a presidente. Menos pelas origens, porque ela foi fundadora e militante do PDT de Leonel Brizola, mais porque os companheiros não a escolheram. Deglutiram sua indicação, posta goela abaixo pela vontade do todo-poderoso Lula. Durante os oito anos da administração passada o PT comportou-se como um gatinho, sabendo de onde soprava o vento e sem força para impor-se. Aceitou sem reagir a guinada para a direita, em termos de política econômica, assim como não piou diante da composição do ministério e do segundo escalão. Seus líderes chegaram a imaginar que ocupariam todos os espaços num governo fechado, mas o Lula escancarou as janelas para aliados diversos e jamais consultou o partido para tomar decisões e adotar políticas públicas. Para o PT era ficar calado, até crescendo eleitoralmente no vácuo do chefão, ainda que perdendo a personalidade e os ideais de sua fundação. Muita gente até saiu, em especial os ideólogos de esquerda.

Agora é diferente. Mesmo continuando a reverenciar o Lula, o PT sente a oportunidade de voltar a ter alma e vontade própria. A sucessora não é o antecessor. Faltam a Dilma a popularidade e o comando partidário. Assim, desde o primeiro dia do novo governo, os companheiros fizeram pontaria, aguardando na curva da estrada. Criaram caso com o PMDB, nas nomeações, e ficaram esperando a primeira lambança para demonstrar mais do que independência. Querem a submissão da presidente à sua vontade e nada melhor, para eles, do que o desmonte de Antônio Palocci. Pouco importa que ele pertença ao quadro de fundadores da legenda. Sacrificar o boi de piranha para salvar o rebanho faz parte do jogo.

Importa olhar para o reverso da medalha: e Dilma? Aceitará marchar para o sacrifício? Irá submeter-se? Como reagir?

O Lula fez a parte dele. Veio a Brasília, renovou a necessidade do apoio à presidente e até tentou salvar Palocci, mas, a menos que ocupe de imediato o palácio do Planalto, pouco poderá fazer. Popularidade e liderança absoluta não se transferem. E nem ele tem inclinação para coveiro do PT. Enquadrará o partido quando voltar. Antes, é problema dela.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 7 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

 Hospital Municipal: quando teremos?

Hospital Municipal: quando teremos?

Faz tempo que essa promessa de novos hospitais públicos para Porto Velho está na fila de espera. Na condição de um dependente do Sus, desde que isso

Mais deputados para quê?

Mais deputados para quê?

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o número de vagas no parlamento, passando de 513 para 531. Num país efetivamente sério mais representan

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Quarta-feira (25), o Congresso impôs mais uma derrota ao governo do presidente Lula derrubando o Decreto que aumentava o IOF. O governo perdeu mais

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

O esquema que desviou bilhões de reais de contas de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foi apenas mais um

Gente de Opinião Segunda-feira, 7 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)