Porto Velho (RO) quarta-feira, 15 de maio de 2024
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Opinião

OPINIÃO: Minas e seus nomes



É com esmero que o presidente da Academia Mineira de Letras, Murilo Badaró, se debruça sobre a história política de Minas e dos mineiros no século passado e nos dá os melhores fatos. De sua lavra já saíram quatro belas e destacadas biografias, misturando cenários que conduziram a política mineira na Nova República. A primeira foi a do folclórico José Maria Alkmim, em 1998. Daí, Murilo não parou mais. Vieram, nos anos seguintes, Milton Campos - O Pensador Liberal, e Gustavo Capanema - A Revolução na Cultura, ambos em 2000.

Agora, alguns anos depois, como se descansasse de uma longa caminhada até onde principia o mistério do drama e da flora na alma destes mineiros que fizeram a história do Brasil republicano, Murilo Badaró lança, em 2010, o imperdível “Bilac Pinto, o Homem que salvou a República”.

O livro é, sobretudo, uma lição de história, uma preservação de nossa memória, uma aula do que foi o Brasil na metade do século passado. Deputado, ministro e senador, Murilo Badaró fala do que viu, ouviu e viveu. Poucos teriam a capacidade de decifrar a história de figuras emblemáticas com tanta propriedade e conhecimento de causa como Murilo, pois ele revê a história nas entrelinhas, mais que nas páginas do diário oficial.  Murilo sabe o antes, o durante e o depois. Sabe a verdade dos gabinetes, dos bastidores; a verdade das ruas e das urnas. Fez parte de ambos, sempre de forma destacada.

O título do livro deriva do golpe dado contra Juscelino, não contra a república trabalhista que Jango nunca teve e nem teria competência para comandar. A versão institucional não se ajusta à verdade histórica, aquela que enganou a todos, até Juscelino e Bilac Pinto, ambos ludibriados e apeados do prometido poder futuro.

Para entender parte dessa história, coisa que nem mesmo os mineiros dizem a si mesmo, vale relembrar o discurso de Bilac Pinto, que está inteiro no livro, consumando o final do desastroso mandato de João Goulart, pouco antes da ditadura engolir os nomes mais preciosos de Minas que ladeavam o poder que ascendiam, permitindo a uma outra geração um efêmero poder como recompensa.

Como que se falasse do processo que ele liderava e de seus resultados, Bilac, com sua inteligência superior, antevê o futuro, sem saber que esse futuro seria duramente duradouro. Assim vai ele: “A investidura legal no cargo de presidente da República constitui apenas condição de legitimidade para que um cidadão exerça esse alto posto, mas ela, por si só, não realiza o milagre de colocar o titular à altura de sua missão e nem o transforma num autômato capaz de desempenhar com matemática precisão cada uma de suas funções. A presidência da República, para ser exercida com razoável eficiência,  exige que seu titular, além de reunir as qualidades pessoais que o habilitem  a desempenhar a chefia da administração civil, das Forças Armadas e da política externa, tenha também aptidão para exercer o papel de líder nacional, que é inseparável da sua condição de chefe de estado”.

 Bom, Murilo está em plena forma. Para saber de Minas, é só perguntar a ele. Para saber sobre a política mineira, é só estar com ele. Agora, para saber a vida e obra de mais um destacado mineiro, é só aguardar, coisas novas vêm por aí. Quem sabe João Pinheiro, um homem tão comentado, seja o próximo biografado!

Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor – www.petroniosouzagoncalves.blogspot.com

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 15 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Câmara de Porto Velho terá a maior renovação de sua história

Câmara de Porto Velho terá a maior renovação de sua história

Se os números das recentes pesquisas eleitorais estiverem certos, tudo indica que a Câmara de Vereadores de Porto Velho terá a maior renovação de su

Ainda sobre o vídeo dos purificadores de água

Ainda sobre o vídeo dos purificadores de água

Em minha recente colaboração, comentei sobre um vídeo em que Felipe Neto aparece pedindo pix de R$ 4,8 milhão para comprar purificador de água da ma

A OMS quer o domínio da saúde e o uso da censura para  proteger mundialmente oligarcas e elites globais

A OMS quer o domínio da saúde e o uso da censura para proteger mundialmente oligarcas e elites globais

Projeto de Tratado em detrimento dos Direitos humanos e das Liberdades fundamentais Na próxima Assembleia Mundial da Saúde, em 27 de maio, será votado

Que coisa feia, hem senador!

Que coisa feia, hem senador!

Confesso que alimentei boas expectativas com a eleição de Confúcio Moura para o senado federal. Dizia comigo mesmo, com político do seu nível, Rondô

Gente de Opinião Quarta-feira, 15 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)