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OPINIÃO DE PROFESSORA: Qual nação sobrevive sem oferecer educação as gerações


OPINIÃO DE PROFESSORA: Qual nação sobrevive sem oferecer educação as gerações   - Gente de Opinião
Como entender que o Brasil será um país pronto para o nosso futuro e de nossas gerações: Professores são humilhados e espancados pelos policias militares em Porto Velho.


Por Victória Bacon

Tristes cenas que repercutem na mídia local e traz à tona uma questão polêmica e intrigante: a educação como fator de mudanças de um país mergulhado em problemas sociais. Na última semana do mês de março, professores foram espancados, humilhados e ameaçados pela polícia militar em Porto Velho, capital de um Estado que amarga a carência de bons professores capacitados a preparar a massa intelectual para as próximas décadas.

Obviamente, esta mesma polícia que cometeu tais atitudes contra nossos educadores, esqueceu-se de que um dia foram educados pelos que receberam a agressão. Havia uma situação hilária na manifestação: Uma amiga, professora de 50 anos que foi educadora de dois policias militares que além de lançar gás de pimenta aos olhos da mesma, puxaram-na pelo braço e quase a derrubaram ao chão, numa atitude de veemência humilhação. Detalhe: Esta mesma professora foi a responsável há 17 anos por todo processo de alfabetização a estes dois policiais com muito carinho, dedicação e afinco no ano de 1993 em Porto Velho que gratuitamente e covardemente a humilharam.

Que lástima! Que vergonha!. Com certeza seriam estas as palavras do grande Paulo Freire que graças a Deus não está vivo para degustar ocularmente a profissão mais importante da sociedade ser massacrada a gás de pimenta e cacetetes por uma polícia mal preparada, mal vocacionada, criminosa e que deve receber todo repúdio da sociedade local.

Em 1988, o então governador do Paraná, Álvaro Dias, ordenou que se fizesse a mesma ação contra os professores que manifestavam por baixos salários no Centro Cívico e na Boca Maldita. Até hoje, o nobre senador sequer conseguiu retornar ao governo paranaense.

As cenas deflagradas na mídia, revela-nos uma sociedade que não se preocupa com a educação em todas suas vertentes. Qualidade, escola modelo, escola do futuro estão perdendo espaço num país que prefere mostrar números e dados incertos para o nosso futuro. È preferível obrigar a mãe brasileira a matricular seu filho na escola pública para receber o bendito bolsa esmola do “Lulinha” paz e amor e mostrar nas conferências que ele, constantemente participa na Europa, Estados Unidos, Ásia, África, enfim por todo planeta, que o Brasil está fazendo a lição de casa, infelizmente de modo equivocado e totalmente fora dos padrões da modernidade acirrada do século XXI. Não importa como está sendo realizado o processo de aprender e se ensinar numa escola pública. O que importa é que o garotinho, a menininha, o rapazote a senhorita, todos os que buscam na escola pública apenas um certificado para prestar um concurso ou tentar uma bolsa numa universidade pelo PROUNI e pertencer a uma estatística que sequer paramos para refletir: Serão que o Brasil será a bola da vez nas próximas décadas sem investir em educação formadora de uma sociedade organizada, crítica e intelectual?

Qual nação deste planeta conseguiu sobreviver a crescimentos econômicos e tecnológicos sem investir em educação de massa?

Qual nação sobrevive sem oferecer a suas gerações uma escola que possa realmente colocar o professor no papel que sempre deveria estar e desapareceu com esta maldita modernização de leis e de cultura hipócrita a la brasilis?

Como lidar como uma situação tão grave que é a educação falida na sociedade brasileira do século XXI?

Como explicar para meus sobrinhos, seus filhos, seus netos, enfim as gerações futuras que um professor apanhou por lutar pelo simples direito de ter a oportunidade de ganhar um pouco a mais em seu salário mensal?

Então, caro leitor, reflita bem todos estes fatos e associe isto a uma conclusão enfática: O que será desta Rondônia, deste Brasil desta geração que está vindo na mesma velocidade da robótica e da perfeição?

Victória Bacon
Professora em Porto Velho/RO e pesquisadora voluntária
e-mail:
[email protected]  

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