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Artigo: Irrevogável vergonha


 
Fosse um outro político e a repercussão não seria tão grande. Aliás, outros nomes tão ou mais famosos da política, já passaram por constrangimentos públicos até maiores.

ACM foi pego com a mão na cumbuca, mexendo no painel de votação do Senado. Pedro Simon ouviu de um Collor de Melo – ele mesmo obrigado a renunciar para não encarar o impeachment – o sonoro “quero o senhor as engula e as digira como julgar conveniente” e falar depois do medo sentido enquanto o furioso ex-presidente vociferava contra ele. Ao descrever tais momentos é lembrar de outros ocorridos nos poderes.

Da Câmara dos Deputados, à época do mensalão, Roberto Jefferson mandou o super ministro Zé Dirceu sair. Apesar, ou até por conta do Lula, Zé Dirceu saiu. No STF dois ministros protagonizaram um bate-boca de fazer corar aquela famosa estatueta de bronze, símbolo da justiça. De Fernando Gabeira – também se envolveu com o escândalo das passagens – para o Severino saiu a ordem: “ou fica calado ou iniciamos um movimento para retirá-lo do cargo” e respondida aos berros pelo Severino: “Vossa Excelência, recolha-se à sua insignificância. Não aceito suas palavras”. Do próprio presidente Lula, três infelizes momentos: “Eu não sabia” – sobre o mensalão – “É uma marolinha” – sobre a crise mundial e a mais recente, "O Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum”.

A coleção é grande e o número de participantes idem. Mas e no caso do Aloísio Mercadante o constrangimento é igual ou existe algo que o tornou diferente?

Mercadante é paulista, fundador do PT, tem voz no partido, enfim é uma liderança inconteste. Ocorre que o líder do PT, como prova o episódio, é Lula. Abaixo dele qualquer liderança tem o mesmo tamanho. Manter-se nesse patamar exige proximidade com o líder máximo. Quebrar, é sair da estrutura – caso Marina – para tentar novos rumos. Mercadante sabia disso, sofria o desgaste da crise, anunciou que pagaria caro pela posição para a qual era empurrado e pagou. Lula joga com o tempo e com a falta de memória do povo enquanto aposta na Dilma apoiada pelo PMDB do Sarney e Renan.

Ao atender ao seu líder máximo, Mercadante faz uma aposta política. Desgastadom joga com o apoio de Lula para vitaminar sua carreira em São Paulo e voltar a ser o interlocutor com prestígio do Planalto, principalmente na área econômica e, não por acaso. O homem forte da economia, Antonio Palocci, começa a subir a rampa. Se tudo correr como deseja Mercadante, a irrevogável vergonha dará frutos e sua campanha para o Senado por São Paulo tornar-se-á não apenas irreversível, como irrevogável. A menos que Lula lhe mande uma outra carta.

Fonte: Léo Ladeia
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