Porto Velho (RO) sábado, 5 de julho de 2025
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Opinião

Artigo de Adaides Batista sobre o livro 'Tetralogia do Nada'




Na poesia do Carlos Moreira o Nada é Tudo


A propósito do livro “Tetralogia do Nada” de Carlos Moreira 
 
Adentrar na poética imagética de Carlos Moreira, como diz um verso da minha poesia “Carrosséis Soturnos”, é “nadar em rio desfolhado de beira”. É demonstração clara e objetiva de como é grande e infinito o significado de uma palavra, e mais, mais infinito ainda, se assim podemos dizer, quando essas palavras se juntam em busca de um significado poético. Moreira sabe disso, daí abusar dos significados possíveis vários nas suas construções várias que nos

Artigo de Adaides Batista sobre o livro 'Tetralogia do Nada' - Gente de Opinião

Adaides Batista – Dadá

levam as mais absurdas e simplórias conclusões, que de repente, pode significar nada ou tudo se você quiser.

Mas o poeta não engana. Sempre está dando a dica do que pretende com suas construções aparentemente desconexas, no entanto cheias de conteúdos:

“quem entra na caverna da linguagem

deixa lá fora a esperança de ser um

multiplicando em si o mundo inteiro”


Tenta nos enganar o tempo todo, como se o que escrevesse fosse nada, sabendo profundamente, que procura expressar, com o sofrimento possível, o tudo que é a vida humana. Tudo que é esse sofrimento de ser humano, delicado e sensível, convivendo em meio tanta brutalidade, tanta falta de sensibilidade, tantas mortes aparentemente vidas. Afinal, “a palavra cantada só germina / se o ouvido tiver a alma fina”. E quem terá a consciência que:

“Ulisses sabia que não só o canto

como a sereia inteira era cristal

e que portanto era inútil a cera:

só o desejo de enganar-se era real” ?



Moreira se mostra só, e essa solidão lhe dói pois queria ser com os outros, mas seu eu é mais que os outros podem dar ou ofertar e ele volta triste e só para seu eu agoniado querendo acreditar o que a realidade sempre nega e por isso sofre e então explode em poesia onde Deus está sempre presente de uma forma absurda, que não soluciona o penar do homem na terra – esse vale de lágrimas.

“ eu sou um só e de tanto ser pra de uns

mas não sou sem sentido ser

só um algum um”

somos muitos sós desfazemos nós

em lugar dilatamos zoons

nenhum acendemos sóis



A poética de Moreira nos instiga a ser mais gente, mais eu no todo, buscar algo além das aparências,e fundamental, sermos menos calhordas e falsos com a realidade que corrói a alma humana, que nos faz vivermos de aparências, cultuando o falso e castigando e condenando o real, para a comodidade de falsos honestos, que execram a poesia, o poeta/carne por dizer a verdade:

“ como querer do poeta

a monogamia

com tanta musa no templo

da poesia”


Leiam o livro “Tetralogia do Nada” do poeta Carlos Moreira. De uma coisa tenho certeza: sairão de lá mais humanos e compreendendo, um pouco mais, o sofrimento do ser homem/mulher na terra.

Fonte: Adaides Batista – Dadá

Gente de OpiniãoSábado, 5 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

 Hospital Municipal: quando teremos?

Hospital Municipal: quando teremos?

Faz tempo que essa promessa de novos hospitais públicos para Porto Velho está na fila de espera. Na condição de um dependente do Sus, desde que isso

Mais deputados para quê?

Mais deputados para quê?

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o número de vagas no parlamento, passando de 513 para 531. Num país efetivamente sério mais representan

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Quarta-feira (25), o Congresso impôs mais uma derrota ao governo do presidente Lula derrubando o Decreto que aumentava o IOF. O governo perdeu mais

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

O esquema que desviou bilhões de reais de contas de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foi apenas mais um

Gente de Opinião Sábado, 5 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)