Porto Velho (RO) sexta-feira, 4 de julho de 2025
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Queimadas estão fora de terras indígenas e de unidades de conservação



Isabela Vieira
Agência Brasil

Rio de Janeiro - As Terras Indígenas (Tis) e Unidades de Conservação (Ucs) ajudam a deter queimadas e o desmatamento nas florestas brasileiras, principalmente na Amazônia. A avaliação é do pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Judicael Clevelário. Hoje (4), o IBGE divulgou o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável.

"É claro que há desmatamento e queimadas nessas terras, mas é muito menos intenso do que no entorno delas", disse Clevelário. "Elas [terra indígenas e unidades de conservação] funcionam para conter esse processo. O fogo quase sempre tem origem do lado de fora dos limites protegidos".

Segundo a publicação do IBGE, as queimadas no Brasil, que costumam anteceder o desmatamento, tiveram uma redução de 50% entre os anos de 2004 e 2006, o que não significa, entretanto, queda considerável da prática utilizada para renovação de pastagens e liberação de áreas para pecuária e agricultura.

De acordo com o Clevelário, o dado divulgado no estudo revela apenas uma interrupção do uso crescente e elevado das queimadas nas florestas brasileiras entre os anos estudados. Ele pondera também que a pesquisa não conta com números atualizados, que demonstram a retomada da prática.

"Os dados da pesquisa não estão subestimados. Na verdade, não estão completamente atualizados. Não calculamos 2007 e 2008", explicou.

Os mapas da pesquisa do IBGE divulgados hoje mostram também que a utilização das queimada está concentrada na região chamada de Arco de Desmatamento, que abrange o sul e o leste da Amazônia Legal e avança em direção ao centro da floresta.

Segundo Clevelário, o avanço está ligado às atividades agropastoris, influenciadas pelo preço dos produtos no mercado externo. Ele não polemiza com a questão, mas alerta para a falta de controle das queimadas, conseqüentemente do desmatamento, que implica risco de a Amazônia se transformar em Mata Atlântica.

"Não estamos dizendo que não vai haver desmatamento, mas precisamos controlar o processo", disse. "Corremos o risco de transformar a Amazônia em Mata Atlântica: áreas abandonadas, em processo de degradação ambiental e estagnadas na pobreza. Acho que não vale a pena repetir esse modelo de desenvolvimento".


 

Gente de OpiniãoSexta-feira, 4 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Transição sustentável e os compromissos das empresas no enfrentamento às urgências climáticas são tema da semana do clima na Amazônia

Transição sustentável e os compromissos das empresas no enfrentamento às urgências climáticas são tema da semana do clima na Amazônia

De 14 a 18 de julho, Belém será o centro das discussões sobre o clima na Amazônia com a realização da I Semana do Clima na Amazônia. Este evento est

MPRO lança campanha de prevenção às queimadas em Rondônia

MPRO lança campanha de prevenção às queimadas em Rondônia

O Ministério Público de Rondônia (MPRO) lançou nesta terça-feira (1/7) uma campanha estadual de prevenção às queimadas. A iniciativa é do Grupo de A

Direito à saúde e ao meio ambiente leva MPRO a cobrar ações contra queimadas em Rondônia

Direito à saúde e ao meio ambiente leva MPRO a cobrar ações contra queimadas em Rondônia

O Ministério Público de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente, Habitação, Urbanismo, Patrimônio Histórico, Cultural e Art

MPRO dá continuidade nas estratégias de prevenção e repressão a incêndios florestais em reuniões com diversos órgãos e instituições

MPRO dá continuidade nas estratégias de prevenção e repressão a incêndios florestais em reuniões com diversos órgãos e instituições

O Ministério Público de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação Especial em Meio Ambiente (Gaema), coordenou, na manhã desta terça-feira (24/6), reun

Gente de Opinião Sexta-feira, 4 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)