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Dom Moacyr

São João Bosco em nosso meio - festa e peregrinação!



O dia 31 de janeiro foi dedicado a São João Bosco, também padroeiro arquidiocesano de Porto Velho. Sacerdote e educador, dedicado ao desenvolvimento da imprensa católica, fundou a Pia Sociedade de São Francisco de Sales, congregação dos salesianos, foi co-fundador da congregação das Filhas de Maria Auxiliadora, Irmãs salesianas e fundador da Associação Internacional dos Cooperadores Salesianos. 

Os Salesianos estão presentes em 130 Nações e de acordo com a estatística de dezembro de 2009, são 15.465 religiosos sacerdotes, irmãos e bispos. O número de salesianas é em torno de 17 mil religiosas. 

No Brasil os salesianos chegaram em 1883 (na Amazônia em 1915); atualmente realizam suas atividades em aproximadamente 280 pólos de ação, dos quais 110 são escolas e os demais são centros de atendimento educativo, social e religioso, marcando presença em 19 Estados e em dezessete capitais, inclusive na capital de Rondônia. 

A história da Igreja de Porto Velho está ligada de modo particular à Congregação salesiana, pela presença (1927) dos missionários (as), educadores, párocos e bispos, entre os quais destacamos Dom João Batista Costa, bispo prelado da Prelazia de Porto Velho de 1946 a 1979 e bispo diocesano da Diocese de Porto Velho de 1979 a 1982; Dom Antonio Possamai e Dom Bruno Pedron, estes, emérito e titular de Ji-paraná, ambos salesianos. 

Aqui temos o Colégio Dom Bosco, o Centro do Menor, os Institutos Laura Vicunha e Auxiliadora, a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, a Igreja dedicada a São João Bosco no mesmo bairro que leva seu nome, e outras frentes de trabalhos sociais, oratórios, áreas de missão, com a presença significativa dos religiosos (as) de Dom Bosco. 

Neste domingo celebramos a liturgia dominical do 4º domingo do Tempo Comum, unindo-nos à família salesiana nesta Festa de seu Fundador, que neste ano tem um caráter especial devido às comemorações do bicentenário do nascimento de Dom Bosco, cuja data esta sendo marcada pela peregrinação da Urna com uma réplica da imagem de Dom Bosco que se encontra em Turim (Itália), contendo no seu interior, relíquias do santo para a veneração de todos os fiéis. A urna é sustentada por quatro pilares nos quais estão gravadas as datas relativas ao bicentenário (1815-2015), o escudo da congregação salesiana e o lema de Dom Bosco: "Dêem-me almas e levem todo o resto". 

A peregrinação está atravessando os cinco continentes; começou em junho de 2009, na Itália e vai percorrer as 130 nações onde a família salesiana está presente. Em nosso país a urna já passou por cidades do sul, sudeste, centro-oeste e do nordeste visita o norte do Brasil. O percurso das relíquias no continente sul-americano teve início na Argentina na etapa chamada salesiana América Cone Sul, que abrange o Chile, Uruguai, Paraguai até chegar ao Brasil. 

Rondônia faz parte dessa peregrinação e entre os dias 12 a 18 de fevereiro as Relíquias de Dom Bosco passarão por Porto Velho e Ji-Paraná, com uma extensa programação de vigílias, missas festivas, visitação. Em seguida segue para Manaus. 

A Catedral Sagrado Coração de Jesus de Porto Velho e a Paróquia Nossa Senhora de Fátima recebem o relicário do fundador da Congregação dos Salesianos no sábado, dia 13 de fevereiro. Caravanas de fiéis se programam para esse momento de celebração, veneração e visitação pública. 

Na Livraria das irmãs Paulinas encontramos livros com biografia e escritos de São João Bosco. Ele nasceu em Castelnuovo, perto de Turim, Itália em 16 de agosto de 1815 e morreu em 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado por Pio XI em 1934. Filho de pobres camponeses estudou e foi aprendiz de vários ofícios. Seu pai, Francisco Bosco, faleceu quando tinha dois anos de idade. A influência da mãe sobre o filho caçula foi altamente benéfica. Quis ser padre para trabalhar com crianças e jovens educando e evangelizando segundo um projeto de promoção integral, visando formar "bons cristãos e honestos cidadãos". Em 5 de junho de 1841, foi ordenado sacerdote em meio à revolução industrial. 

O Espírito Santo deu-lhe especial sensibilidade para captar, mediante várias experiências, o abandono e os perigos em que se achavam os jovens de seu tempo. Eram jovens que, arrancados da zona rural pelas dificuldades aí existentes, buscavam trabalho na cidade grande. Por influência de São José Cafasso logo iniciou sua obra de educação de crianças e dedicou-se aos jovens abandonados da cidade de Turim, "produtos da era da industrialização", que então começava. A realidade era dura para aqueles que haviam deixado o campo em direção à cidade. O que mais chocava Dom Bosco eram as cadeias cheias de jovens. Essa realidade o impressionava tanto que decidiu impedir que meninos tão jovens acabassem na cadeia indo ao encontro deles na rua e nos bares. 

Com Bartolomeu Garelli, começou o Oratório de Dom Bosco em 1841. Em questão de meses, o oratório tinha 80 jovens. Em 1847, Dom Bosco sentiu necessidade de recolher os meninos em internatos-escola. Em 1853 começou com as escolas profissionais: oficinas de alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, respostas às necessidades da época. Em 1861, eram 800 meninos. Alimentar e educar aqueles meninos custava muito. Em 1859, Dom Bosco reuniu o primeiro grupo de jovens educadores no Oratório. Este grupo deu origem à Congregação Salesiana. 

Dom Bosco, santo de ações rápidas, não esperava pelo amanhã. Começava logo. Naqueles tempos de fome e miséria não se podia esperar muito. Ele sabia que "era preciso ensinar a pescar ao invés de dar o peixe". Sabia também que, em muitos casos, era preciso dar o peixe para que o garoto tivesse condições de aprender a pescar. Criou também oratórios festivos, renovados segundo as exigências de tempo e lugar, que tem por finalidade o lazer dos adolescentes e jovens particularmente nos domingos e feriados com esporte, música, teatro, excursões e outros divertimentos, dando-lhes também ocasião de participar de reuniões catequéticas e celebrações eucarísticas, proporcionando-lhes, ao mesmo tempo, uma experiência de vida comunitária. 

Este apóstolo da juventude dirigiu sua atenção também aos adultos da classe popular, especialmente dos camponeses, nos quais ele via uma classe desfavorecida, sem meios de se promover humana e cristãmente. Seu amor ao próximo estendeu-se também aos povos que viviam em regiões missionárias para onde enviaria mais tarde os salesianos. 

A vida de São João Bosco é um milagre constante. É humanamente inexplicável como ele conseguiu, sem recursos, construir escolas, igrejas sendo uma delas a célebre Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, prover de máquinas específicas suas escolas profissionais, nutrir e vestir mais de 500 rapazes numa época de carestia. 

Para Pio XI, em D. Bosco o sobrenatural havia chegado a ser natural; o extraordinário ordinário. É considerado o maior modelo de educador; em seu centenário, o papa João Paulo II nomeou-o como mestre e pai da juventude. 

Dom Bosco em seu trabalho pedagógico ensinou que para educar é preciso amar primeiro. Para ele, educação é missão, um jeito de santificar e tornar tantos os homens quanto o mundo, melhores. "O Senhor colocou-nos nesse mundo para os outros", dizia. 

Escritor, pregador e fundador de duas congregações religiosas, exerceu admirável apostolado junto à juventude, numa época de grandes transformações. Dotado de discernimento dos espíritos, do dom da profecia e dos milagres, era admirado pelos personagens mais conhecidos da Europa no seu tempo. 

São João Bosco revolucionou o modo de ser padre de seu tempo.

Fonte: Pascom

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