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Motos lideram o nº de acidentes em Porto Velho



Com vítimas fatais, as motos lideram o número de acidentes em Porto Velho

Ralados, fraturados ou quase sem vida dão entrada diariamente no Pronto Socorro João Paulo II, em Porto Velho, vítimas de acidentes de trânsito. A rotina se agrava com a facilidade de se adquirir um veículo, especialmente motocicletas. E são os motociclistas, junto com os ciclistas, as maiores vítimas de sua própria imprudência: avanço de sinal, ultrapassagem pela direita e zig-zag entre os carros. O diretor geral da unidade, Rodrigo Bastos, afirma que o índice de motociclistas e ciclistas acidentados chega a 80% em relação às vítimas de acidentes com outros veículos. 

O médico acredita que por ser o João Paulo II o único pronto socorro da Capital, o número de vítimas seja tão grande. “Aqui vem gente para fazer curativo em ralados no joelho e gente com fratura exposta”, diz. Os dados mensais da unidade demonstram que 5,7 mil pessoas são atendidas pela equipe médica do PS, sendo que 1,5 mil são vítimas do trânsito. “O trânsito de Porto Velho sempre foi muito ruim: buracos, falta de sinalização e essa grande quantidade de motos e bicicletas que só cresce”, avalia Rodrigo Bastos. 

A comparação entre o primeiro trimestre de 2007 e o mesmo período de 2008 revela o aumento de 23% de atendimento a acidentados. E entre os três primeiros meses deste ano e o ano passado o índice alcança 29%. A permanência média de um paciente acidentando no PS, segundo o diretor, é de dez dias. Quando há fraturas, a vítima fica internada no pronto socorro e faz cirurgia no Hospital de Base Ary Pinheiro, também em Porto Velho. 

Ele ressalta que não há estatística que aponte quanto o Estado gasta em tratamento médico para os acidentados, mas afirma que “é um paciente que gera muitos custos. É um atendimento que poderia ser evitado, se houve mais investimentos na educação e na melhoria do trânsito”, opina Rodrigo Bastos. Para atender as vítimas do trânsito, o OS João Paulo II conta com cirurgiões, ortopedistas, anestesistas, intensivistas, entre outros médicos especialistas. 

Alexandre da Costa Soares, 30 anos, viu sua vida simples de vendedor autônomo mudar completamente no dia 9 de abril. Ao voltar para casa após um dia de trabalho, ele chegou perto do fim quando ultrapassou um veículo. O rapaz foi arremessado longe, perdeu os sentidos, acordou em uma maca no Pronto Socorro João Paulo II. “Não me lembro de nada”, diz, com a mão direita na cabeça. A esquerda está imobilizada, o braço foi fraturado, assim como o fêmur esquerdo. 

O vendedor só não sofreu traumatismo craniano porque usava o capacete preso pela fivela jugular. “Acho que se eu tivesse batido a cabeça, já estava morto ou ficaria louco”, avalia. O acidente de Alexandre mexeu com toda a estrutura familiar. Zilma Ferraz, a esposa, precisou parar de trabalhar para cuidar de Alexandre. “Não sei como vai ser daqui uns dias. A gente trabalha por conta própria, só temos um ao outro”, comenta a diarista. 

A preocupação financeira deixa Alexandre ainda mais apreensivo. “Sinto dores no corpo todo e quando penso nos problemas, dói muito mais. Fico sentindo uma aflição, uma angústia. Acho que isso é depressão”, diz. Ele passa agora pelo chamado trauma pós-acidente, o que ocorre – de formas e graus diferentes – com pessoas vítimas de acidentes de trânsito. Até se restabelecer física e emocionalmente Alexandre tem um longo caminho, certamente longe de motos. 

Plano viário é a 
aposta da Semtran 

A Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran) vai ter muito trabalho para deixar o trânsito de Porto Velho menos traumático, como está atualmente. A aposta da secretaria é a elaboração do Plano Viário da Capital, que vai estabelecer a organização do transporte e trânsito. O plano faz parte do programa de compensações sociais da Santo Antônio Energia, empresa responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de mesmo nome. 

De acordo com a secretária Fernanda Moreira, com esse plano será possível conseguir recursos para a melhoria do trânsito e também direcionar o investimento para onde está a maior necessidade. A prioridade inicial será o transporte coletivo, setor ainda precário. “Com o Plano Viário vamos conseguir melhorar o transporte”, acredita Fernanda. 

Enquanto o plano não vem – a previsão é que fique pronto antes do final do ano -, a Semtran faz algumas alterações no tráfego da cidade, com o objetivo de deixá-lo menos denso em pontos de maior fluxo e com menor risco de acidentes. A mudança no sentido da avenida Campos Sales é um exemplo. Os veículos que tinham que passar pela avenida 7 de Setembro para pegar a Campos Sales, agora podem acessá-la a partir da avenida Carlos Gomes. 

Outras medidas da Semtran que estão em planejamento e execução é a abertura da avenida 7 de Setembro até a avenida Guaporé e a abertura da avenida Pinheiro Machado até a avenida Mamoré. “As famílias dos trechos da 7 de Setembro e da Pinheiro Machado que ainda estão fechados já foram indenizadas”, afirma a secretária. A construção dos sete viadutos, que deve ser licitada este ano, também é uma medida para dar fluidez ao tráfego e reduzir o número de acidentes. 

Além disso, segundo a secretária, serão construídas duas ciclovias – nas avenidas Mamoré e José Vieira Caúla. Atualmente, há mais de 160 mil bicicletas circulando por Porto Velho, conforme dados da Semtran. Mas apenas vias para as ‘magrelas’ não resolve a deseducação. “A educação é um trabalho que o município vai fazer”, garante Fernanda Moreira. 
 
Fonte: Marcela Ximenes / Revista Momento Brasil
Foto: Eliênio Nascimento

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