Quarta-feira, 24 de janeiro de 2018 - 17h24
Por Gibran Luis Lachowski
Uma dos obstáculos que as comunidades têm para atuar de forma consciente e transformadora é a falta de uma leitura crítica sobre a realidade. É o que pensam Maria Santana Tardin, de 32 anos, e Catarina Cândida da Silva, de 54 anos, que acompanharam a palestra do sociólogo Pedro Ribeiro sobre conjuntura social, política e eclesial, na primeira grande plenária do 14º Intereclesial das CEBs. O evento ocorre no ginásio Moringão, região central de Londrina (PR).
Maria Santana é agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no município de Piripá (BA) e coordenadora das CEBs na Paróquia Nossa Senhora de Santana, na Diocese de Caitité. Para ela, é preciso ter informações precisas e organizadas para furar o bloqueio das várias formas de manipulação. “Essa guerra de informação que o Pedro Ribeiro falou é algo muito sério. A partir da fala dele eu tive um outro olhar sobre esse contexto atual”, disse.
A agente pastoral se referiu ao que o sociólogo chama de “guerra de quarta geração”, que prioriza a produção de informações falsas ou deturpadas para conquistar poder político e econômico. Exemplo bastante conhecido é o que o governo dos Estados Unidos fez com o Iraque, espalhando a mentira de que lá havia armas químicas. Na verdade, o interesse era o petróleo e o controle político na região do Oriente Médio.
“Essas relações nem sempre ficam nítidas pra gente, porque a mídia faz a cabeça das pessoas. Por isso é bom ouvir gente que diz quem é quem”, completou Catarina. Para Pedro Ribeiro, o processo de conscientização significa saber quem somos, que projeto de mundo defendemos, quem são nossos aliados e nossos adversários.
No meio do povo
Mergulhada no trabalho de periferia em Londrina, Catarina conhece bem a dificuldade de conscientizar o povo nas bases. “Aqui na cidade é comum as pessoas repetirem o que a classe média e a elite dizem. Que quem luta pelo social é comunista, que estava certo tirar a Dilma da presidência e que está certo prender o Lula. Falam sem pensar, sem saber”. Catarina atua em Pastorais Sociais no bairro Vila Bela, paróquia João Paulo II. Lida principalmente com dependentes químicos, crianças e famílias pobres.
Já Damares de Almada Freitas, de 22 anos, trabalha no meio dos jovens. Ela mora em Fortaleza (CE) e ficou atenta ao que Pedro Ribeiro falou acerca do momento político. “O que ele disse sobre o golpe (impeachment da presidenta Dilma) e a piora da situação do Brasil que veio depois é a pura verdade. Nada melhorou”.
Damares participa pela primeira vez de um Intereclesial e integra a Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) no bairro Conjunto Esperança, na paróquia São Félix Xavier.
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