Sexta-feira, 24 de abril de 2009 - 15h22
A primeira da série de quatro audiências públicas programadas para o prosseguimento do licenciamento ambiental do chamado trecho do meio - entre os quilômetros 250 e 655,7 da BR-319 - que liga Porto Velho a Manaus, levou cerca de cinco mil pessoas ao ginásio da Escola Municipal Irmã Carmem, na noite de quarta-feira, em Humaitá-AM. A presença do público só não foi maior porque as dependências internas da escola não comportavam. A cidade inteira se envolveu e debateu, com profundidade, até às 2h da madrugada, com autoridades municipais, estaduais e federais, as questões ligadas à reativação da estrada.
A audiência, programada para as 19h, começou com quase duas horas de atraso. A pedido do Ministério Público Federal no Amazonas, a Justiça Federal determinou, em caráter liminar, o adiamento do debate por noventa dias, alegando falta de publicidade. Mas a liminar foi derrubada em Brasília, já que o encontro havia sido amplamente divulgado e a prova inconteste, de acordo com diretores do Ibama, foi a mobilização de toda a cidade em torno do tema.
O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) participou dos debates, comandados pelo Ibama, com seu diretor de Planejamento e Pesquisa, engenheiro civil Miguel de Souza, e outros técnicos qualificados que deram pormenores da reconstrução. Miguel disse que no final do próximo ano a obra, no trecho do meio, deve ficar no ponto de receber os acabamentos finais e sinalização, caso a licença prévia seja liberada no mês que vem, conforme previsão do Ibama. Aí seriam necessários apenas mais 60 dias para o processo licitatório e, em agosto, a obra começaria e estaria praticamente finalizada em dois períodos secos de serviços.
O coordenador da audiência, diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama, Sebastião Pires, durante os debates finais, permitiu a manifestação popular sem ficar restrito às intermediações por questionamentos escritos. No geral, representantes dos povos indígenas, de agricultores, movimentos estudantis e moradores defenderam a reconstrução da BR-319, mas sem danos ao meio ambiente como havia sido exposto pelo coordenador de Meio Ambiente do DNIT, Jair Sarmento, e pelo professor Alexandre Rivas, que coordenou uma equipe de 150 profissionais num complexo estudo para minimizar os impactos ambientais da obra.
Fonte: Carlos Henrique
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