Domingo, 1 de fevereiro de 2009 - 15h51
Organizados em cooperativas, associações ou em família, um número crescente de homens e mulheres no Brasil produz trabalho para seu sustento com a utilização de recursos naturais de forma responsável e consciente. É a economia solidária, onde o trabalho não tem empregado nem patrão, e uma demonstração da rica e diversa produção desses trabalhadores está no Fórum Social Mundial, que se encerra domingo, em Belém (PA).
Estandes de Rondônia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Ceará, Paraíba, Minas Gerais e muitos outros Estados encheram os olhos das centenas de pessoas que transitam nas dependências da Universidade Federal do Pará, onde se concentra grande parte das atividades do Fórum.
Onze empreendedores de Rondônia trouxeram diferentes produtos – biojóias, bolsas em couro vegetal, esculturas em madeira e cipó, tecidos vegetais, mandalas em madeira etc. Cristiane Oliveira atraiu muitos compradores para suas biojóias, trabalho que desenvolve de forma familiar, em Porto Velho, capital do Estado, e já terceiriza mão-de-obra.
“Há onze anos trabalho com sementes, com a confecção de adereços. Há cinco me especializei com apoio do SEBRAE/RO”, conta Cristiane, que encontra matéria-prima no Estado mas também compra algumas sementes de comunidades indígenas do Acre e Amazonas, como a jarina, considerada o marfim vegetal da Amazônia. Suas peças ganharam valor a partir do curso de lapidação e design de sementes, oportunidade que atraiu artesãos de vários municípios.
Seu José Maria da Silva há 30 anos trabalha com cipós e madeira. Denomina seu trabalho de esculturas da Amazônia, e, com ele envolveu a família na produção e autogestão de uma atividade que oferece renda e fortalece o trabalho coletivo. Além disso, sua mulher, Jorcineide Ribeiro, produz biojóias. Seu José cria e desenvolve as peças, nas quais utiliza quatro diferentes tipos de cipós (titica e imbé, entre eles) encontrados em Candeias do Jamari, onde vive. É um trabalho diferenciado - as “esculturas”, com motivos amazônicos, enfeitam as paredes.
Representante da Associação Quilombola do Forte Príncipe da Beira, de Costa Marques, Laís Miriam dos Santos trouxe para o FSM as biojóias produzidas por 15 mulheres associadas. Do Instituto Tucumã, que tem cinco anos de existência, Antonia Chaquian exibe mandalas em madeira e cipó, tecidos da floresta e sandálias artesanais.
Cristiane resume o que significa economia solidária na sua vida: “É a diversidade, o fazer coletivo, e crio as jóias pensando no melhor que temos. Este trabalho é fruto da riqueza que temos na Amazônia, e por isso viso o Brasil.”
Contatos Cristiane: (69) 9229-8811
José Maria: (69) 9904-4439
Instituto Tucumã: (69) 3221-5666
Fonte: Mara Paraguassu
Cristiane produz biojóias |
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