Sábado, 30 de junho de 2018 - 15h13
Da Agência Sputinik – A Polícia Federal (PF) afirma ter provas de que empresários brasileiros montaram uma estrutura para lidar irregularmente com as exigências "públicas e privadas" do presidente Michel Temer (MDB), que pode enfrentar uma nova denúncia de corrupção.
"Os elementos recolhidos indicam que a Argeplan e sua estrutura financeira e funcional foram colocadas várias vezes a serviço das demandas da vida pública e privada de Sua Excelência o Presidente Temer", disse o delegado Cleyber Malta Lopes em relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), como relatado nesta sexta-feira pelo jornal O Globo.
A Argeplan é uma empresa de propriedade do ex-coronel da Polícia Militar, João Batista Lima, amigo pessoal de Temer e também investigado pelas autoridades brasileiras.
A investigação apura se Temer recebeu suborno em troca de benefícios para empreas que operavam no porto de Santos (SP), graças à aprovação de um decreto.
O Supremo aceitou nesta sexta-feira conceder à polícia uma prorrogação de 60 dias para concluir a investigação (esta é a terceira vez que os agentes pedem mais tempo para investigar o presidente).
No momento, o delegado Malta Lopes advertiu a Suprema Corte de que ele encontrou "ligações financeiras suspeitas" entre as supostas empresas beneficiadas, Argeplan e o amigo de Temer.
Esse novo caso de corrupção poderia custar ao presidente brasileiro a terceira denúncia no que foi seu mandato.
Temer foi denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no ano passado, por supostos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a uma organização criminosa.
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No entanto, em ambas as ocasiões o governo conseguiu mobilizar seus aliados na Câmara dos Deputados, que decidiu arquivar as queixas por maioria, impedindo que Temer fosse afastado do cargo para ser investigado.
Contudo, Temer perderá o foro privilegiado a partir de janeiro de 2019, quando as duas denúncias já apresentadas deverão voltar a tramitar.
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