MP quer endurecer combate à divulgação de fake news nas redes sociais

247 - Para o vice-procurador-geral do Ministério Público, Humberto Jacques de Medeiros, o uso de fake nNews divulgadas em massa nas redes sociais pode estar sendo utilizado pelas campanhas como forma de influenciar o resultado das eleições. "É preocupante quando você tem um esquema industrial de produção de mentira com uma propagação artificialmente impulsionada, e isso é grave. É isso que está sendo investigado em alguns casos", disse Medeiros após reunir-se com representantes do Whatsapp nesta semana. Objetivo do encontro foi definir medidas visando endurecer as restrições à divulgação de mensagem com conteúdo falso.

O candidato do campo democrático à Presidência da República, Fernando Haddad (PT), é um dos principais alvos das fake news que circulam nas redes sociais. A maior delas diz respeito ao chamado kit gay que, segundo apoiadores do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) seria distribuído nas escolas públicas.

Após o primeiro turno, Haddad chegou a propor um acordo para evitar a disseminação de fake News, o que foi refutado por Bolsonaro. Haddad também havia destacado a necessidade de se chegar aos financiadores dos produtores de notícias falsas. Para o procurador, "a lei eleitoral fala que contratar alguém para difundir na internet propaganda negativa é crime". "Então como é um crime a gente tem que encontrar quem fez isso", disse.

Em Santa Catarina, o Procurador Regional Eleitoral Marcelo da Mota já instaurou um procedimento preparatório eleitoral para apurar a relação das reclamações em ata feitas por eleitores no dia da eleição com a disseminação de fake news sobre a segurança do processo eleitoral. Em setembro, o jornal El País publicou reportagem destacando que a campanha de Bolsonaro faz uso massivo das fake News pelas redes sociais.