Quinta-feira, 26 de julho de 2007 - 22h37
* Júlio Olivar
Em dois meses, o quadro sucessório começa a ser definido, com o fim do prazo das filiações partidárias para os que desejam se candidatar aos cargos de vereador, prefeito e vice-prefeito em 2008.
Via de regra, os partidos são apenas uma forma de legitimar as candidaturas que nem sempre traduzem o que prevêem seus estatutos e programas. A falta de credibilidade começa por aí. Os partidos se prestam a ser siglas de aluguel, sem o menor compromisso nem consigo mesmos.
Neste sentido, acomodam pessoas que têm voto, independentemente de sua conduta e do seu pensamento. Aliás, pouco importa o que pensam. Voto. Apenas isso importa. É imperativo ter um "curral eleitoral" ou dinheiro para bancar a campanha. Ponto final.
Infelizmente, as eleições têm servido apenas para dar legitimidade à fraude. Em tese, a população escolhe seus representantes. Mas, quem escolhe os candidatos disponíveis à população? As escolhas se dão - principalmente nos partidos sem ideologia - à custa de conchavos de bastidores. Já em campanha, os políticos que mais se despontam são os que fazem mais barulho; não os que têm programa e idéias que possam favorecer a coletividade. Que democracia é essa?
Considerando esse panorama, seria salutar o financiamento público de campanha. Num primeiro momento, parece inadmissível que se gaste dinheiro do Tesouro Nacional, quase R$ 900 milhões, numa campanha o mesmo que R$ 7 por eleitor. Mas, adaptemos esse montante à realidade de Porto Velho, a título apenas de exemplificação. Seriam gastos R$ 1 milhão e 680 mil por todos os partidos juntos; o que não significa nem o que gasta um único candidato a prefeito, por exemplo.
Além de baratear as campanhas, fazendo prevalecer as propostas dos postulantes, e não o oba-oba do marketing eleitoral, o financiamento público diminuiria a promiscuidade que envolve os doadores (na verdade, investidores) da iniciativa privada que, depois das eleições, costumam roubar em conluio com os mandatários.
Mas isso tudo são teses. Mesmo vigorando o financiamento público, continuaria havendo caixas-dois, abusos de poder econômico, compra de votos... Afinal, como já se viu em "outros carnavais", no Brasil para tudo se dá um jeitinho. As leis estão aí apenas para não serem cumpridas. Mas aí já é outra história! E acreditar em mudança é o que nos resta!
(*) Júlio Olivar é membro da Academia Vilhenense de Letras e presidente do PCdoB em Vilhena, e ex-candidato a vice-governador de Rondônia
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