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Guajará-Mirim: o município mais antigo de Rondônia que ficou para trás no desenvolvimento enquanto lideranças se destroem politicamente


Rubens Nascimento - Gente de Opinião
Rubens Nascimento

Embora o termo “MIRIM” em Tupí, signifique “PEQUENO”, essa tradução está longe de ser a realidade de um dos municípios mais antigos de nosso Estado. Essa palavra se remete apenas a cachoeira local. A pequenez; a miúdes,  ou seja, a limitação  são os pensamentos e as atitudes de políticos tradicionais que governam ou tentando governar Guajará-Mirim.  Quando Rondônia foi elevado à categoria de estado em 1981, havia uma grande expectativa de desenvolvimento para todos os seus municípios, especialmente para Guajará, no entanto, mais de quatro décadas depois, aquela região parece ter ficado à margem do progresso que beneficiou outras cidades rondonienses.

Enquanto sombra da estagnação assola aquelas paragens, os outros 51 municípios de Rondônia avançaram em diversas frentes, demonstrando crescimento econômico, melhoria na infraestrutura, e, em muitos casos, aumento da qualidade de vida de suas populações. Cidades como Ji-Paraná, Vilhena, e Cacoal, que no início da década de 1980 ainda estavam se desenvolvendo, hoje se destacam como centros econômicos e culturais. Porto Velho, a capital, também experimentou um crescimento significativo, impulsionado por investimentos em infraestrutura, educação e saúde, além de se tornar um importante polo de geração de energia elétrica.

Guajará-Mirim, em contrapartida, parece ter ficado parada no tempo. A falta de coesão política entre suas lideranças locais e a ausência de projetos estratégicos que visassem o desenvolvimento sustentável do município são algumas das razões apontadas para essa discrepância. A economia local, que poderia ter sido impulsionada pela sua localização fronteiriça e pela criação da Área de Livre Comércio, não conseguiu atingir seu potencial. Comparado a municípios como Ariquemes, que se consolidou como um importante centro de agronegócio, Guajará-Mirim não conseguiu atrair investimentos robustos e diversificar sua economia.

Os desafios de Guajará-Mirim são evidentes quando analisamos indicadores socioeconômicos. Enquanto municípios como Cacoal e Vilhena registram avanços no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com melhorias na educação, renda e saúde, Guajará-Mirim continua lutando contra problemas crônicos, como desemprego e infraestrutura precária. O turismo, uma das áreas que poderia ser uma fonte significativa de renda, ainda é subaproveitado, apesar do potencial natural e histórico da região.

Esse drama político se arrasta há décadas.  Mas onde está a causa disso tudo? Respondo com a maior tranquilidade: A falta união entre as lideranças políticas locais é evidente, com cada líder focando em seus interesses individuais, o que resulta em um processo político desgastante e ineficaz. Essa desunião tem sido um dos principais obstáculos ao desenvolvimento econômico e social da região, que permanece entre as mais atrasadas do estado.

Diversos projetos já foram tentados para impulsionar a economia local, mas nenhum obteve o sucesso esperado. O turismo, a Área de Livre Comércio e, mais recentemente, o anúncio da Ponte Bi-Nacional entre Brasil e Bolívia, que ligará Guajará-Mirim a Guayaramerín, na Bolívia, são exemplos de iniciativas que poderiam transformar a região. Além disso, a construção da Usina Hidrelétrica de Cachoeira Esperança é vista como uma oportunidade para revitalizar a economia.

No entanto, para que esses projetos realmente tragam benefícios ao município, será fundamental contar com uma administração forte, que compreenda profundamente os problemas locais e esteja preparada para buscar soluções eficazes. Somente assim Guajará-Mirim poderá sair do ciclo de estagnação e alcançar o desenvolvimento que sua história e sua população merecem.

O que vejo há anos, são grupos de famílias tradicionais, que não se entendem e trabalham, separadamente, uns contra os outros para que não haja um crescimento politico de nenhum deles. Poucos nomes como Isaac Bennesby, Moisés Bennesby, agregaram em torno deles as lideranças. Issac, ousado, enfrentou inclusive o Governo Federal, correu risco de parar na cadeia, mas meteu os pés e, com dinheiro da prefeitura, ousou asfaltar uma rodovia federal, a BR-425, porque ele sabia que essa era uma solução para atrair o desenvolvimento para o município.

Eu mesmo sofri com essa briga politica em Guajará, em 1998, quando estava na Federação do Comercio- FECOMERCIO, foi encarregado pelo então presidente Luiz Tourinho de levar para o município uma unidade do Serviço Social do Comércio- SESC, com um programa voltado para o lazer e educação de jovens e adultos. Meus amigos, não gosto nem de falar nisso! Foram meses de reunião na Associação Comercial, na Câmara Municipal, na Prefeitura, com associações de moradores, associações culturais, tentando convencer esses grupos para a doação de um terreno onde seria construída estrutura do SESC.  Discurso políticos, e muito blá-blá, sem nenhum resultado.

Certo dia, já bastante cansado de tudo isso, retornando para Porto Velho, frustrado com esse transtorno, parei em Nova Mamoré para almoçar. No restaurante, encontrei por acaso, o prefeito local e contei a história. Ele pensou e, assim que acabei de almoçar, ele me levou para olhar uma área para saber se servia para o projeto. Faltava infraestrutura de estrada de acesso e energia elétrica. Ele logo se comprometeu em fazer tudo isso, então concordei. Retornamos da visita, fomos para a Câmara Municipal onde ele reuniu os vereadores e, em menos de duas horas, tudo estava aprovado. Um mês depois a unidade do SESC passou a ser construída e, hoje, é uma zona de desenvolvimento na cidade, trazendo benefícios sociais e econômicos para a município. Isso é que eu chamo de um politico com visão estratégica, coisa que não se vê em alguns nomes em Guajará.

Existe um revezamento na prefeitura local, como um laboratório político, testando nomes que, até agora não deram os resultados esperados.  Traições políticas, são comuns e ninguém confia um no outro.  Mas os destinos de Guajará-Mirim podem tomar um rumo diferente nesse processo político. A população precisa ter uma visão mais estratégica e não votar apenas pelos benefícios diretos que recebe do candidato. Precisa acreditar na proposta do ganha- ganha. Ou seja: se a cidade está bem, todos estão bem. Na minha visão, um dos nomes que disputam a prefeitura local chama-se Neidson de Barros Soares, o Dr. Neideson, médico filho do município, politico preparado e experimentado no parlamento estadual e responsável por tentar reunir grandes lideranças no município na busca de retirar os ranços políticos que atrasam a região  e preparar a cidade para receber grandes investimentos que se avizinham. Tenho noticias de que sua campanha segue fortemente porque, quem o conhece, sabe de suas intenções. Desenvolvimento e muito trabalho para fazer de Guajará-Mirim valer o seu melhor nome: A Pérola do Mamoré. Quanto aos outros, nem me atrevo a falar agora, mas não vai faltar oportunidade.

Rubens Nascimento é Jornalista, Bel em Direito, Ex-Superintendente da Fecomercio, do Conselho do Sebrae e ex-superintendente de Desenvolvimento do Estado de Rondônia, M.M Maçom- GOB, ativista do desenvolvimento

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