Terça-feira, 8 de julho de 2025 - 16h13
Quando falamos em carros antigos, falamos de algo que
vai muito além da estética ou da potência. Estamos nos referindo a uma memória
sobre rodas — uma herança cultural que atravessa gerações e que, em países como
o Brasil, ganha contornos cada vez mais relevantes.
De acordo com o levantamento mais recente da
Fédération Internationale des Véhicules Anciens (FIVA), o país é hoje o maior
representante do antigomobilismo na América Latina, com cerca de 1,2 milhão de
colecionadores. A maioria deles participa de clubes (79%) e marca presença em
encontros, feiras e exposições (88%). O dado mais curioso? Quase 90% preferem
manter seus carros como saíram de fábrica — originais, intactos, respeitando
cada detalhe de época.
Esse retrato não apenas confirma a força do antigomobilismo
nacional, como também acende um alerta: estamos cuidando adequadamente desse
acervo?
Em meio a um cenário onde os carros antigos são, cada
vez mais, reconhecidos como bens culturais e afetivos, a ausência de soluções
específicas para sua proteção sempre foi uma lacuna no mercado brasileiro.
Durante anos, colecionadores enfrentaram dificuldade em encontrar coberturas
que atendessem às particularidades de seus veículos — sejam elas técnicas,
financeiras ou emocionais.
Afinal, diferentemente dos carros atuais, um veículo
clássico carrega valores subjetivos, difíceis de mensurar. Não se trata apenas
de repor uma peça, mas de encontrar componentes escassos, muitas vezes
descontinuados, que mantenham a identidade do modelo e respeitem sua história.
Outro ponto crítico é a avaliação justa. Muitos
veículos de coleção não constam em tabelas convencionais de mercado, o que
compromete a precisão na hora de definir seu valor real. E isso, para o
colecionador, faz toda a diferença.
Além disso, há um aspecto frequentemente ignorado: o
uso ativo desses veículos. O colecionador contemporâneo não quer apenas guardar
sua raridade na garagem. Ele quer circular, participar de encontros, desfilar
em exposições ou até mesmo fazer viagens curtas. Restrições de quilometragem,
ausência de proteção para danos parciais e limitações na assistência em estrada
tornam-se entraves para esse estilo de vida.
Nos últimos anos, algumas iniciativas têm buscado
preencher essa lacuna, com soluções mais adequadas à realidade dos veículos
clássicos. Uma delas é a Proteção Placa Preta, lançada recentemente no Brasil,
que oferece proteção específica para carros antigos — com avaliação técnica
especializada, assistência para longas distâncias e a inclusão de danos
parciais. O diferencial está em tratar o veículo não como um item comum de
frota, mas como o patrimônio único que ele representa.
Esse tipo de iniciativa aponta para uma nova fase: a
da valorização efetiva do acervo automotivo nacional, onde proteger um carro
antigo deixa de ser um desafio e passa a ser uma decisão consciente, possível e
fundamentada.
Proteger um carro antigo, hoje, é mais do que um ato
de precaução. É um gesto de respeito à cultura automotiva, ao colecionismo
sério e ao resgate histórico que esses veículos representam. São máquinas que
contam histórias: da indústria, da engenharia, das famílias que as dirigiram —
e dos apaixonados que ainda as mantêm vivas.
No Brasil, onde o vínculo afetivo com o automóvel é
notoriamente forte, esse cuidado não pode mais ser secundário. Preservar a
integridade de um clássico é preservar a memória de uma geração inteira.
É hora de tratarmos esses veículos com o mesmo zelo
que dedicamos a obras de arte. Porque, no fundo, é disso que se trata: cuidar
do passado com responsabilidade no presente para que ele continue existindo no
futuro.
Hugo Jordão é
presidente e fundador da Atos Associação de Proteção Veicular e idealizador da
proteção “ Placa Preta”
Descubra agora como fazer um teste IPTV grátis e surpreenda-se com a qualidade
Com o avanço da tecnologia, a forma de consumir televisão mudou completamente. O IPTV (Internet Protocol Television) é uma das grandes tendências at
Inteligência Artificial sem alma humana: um risco calculado para a NR-1 e o bem-estar corporativo
O alerta é claro: no Brasil, um estudo da OMS estimou que quase R$ 400 bilhões anuais são perdidos devido a doenças mentais que resultam em baixa pr
A fraude do INSS e o direito da pessoa idosa
Em meados de abril, a Polícia Federal deflagrou um esquema fraudulento bilionário envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A descobe
5 cortes de cabelo que valorizam os fios grisalhos
Os cabelos grisalhos hoje são celebrados como símbolo de autenticidade, estilo e elegância, tornando uma tendência nos visuais. Com o envelhecimento