Porto Velho (RO) domingo, 30 de junho de 2024
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Crônica

Achegas sobre a emigração portuguesa no Brasil


Humberto Pinho da Silva - Gente de Opinião
Humberto Pinho da Silva

Em meados do século XIX, o Rio de Janeiro, fervilhava de emigrantes portugueses, esperançados de encontrarem a: " árvore das patacas".

Os mais pobres, iam em navios negreiros, na condição de pagarem a viagem ao engajador, com dinheiro obtido no trabalho que conseguiam em fazendas.

Muitos morriam devido a maleitas; outros, por excesso de trabalho, quase escravo.

A deplorável situação chegou a ser ventilada, na segunda metade do século XIX, em Pastoral, escrita pelo Arcebispo de Braga, avisando os mancebos do perigo de serem enganados pelos angariadores; mas, raros foram os que escutaram os sensatos conselhos.

Em 1879, narra Silva Pinto, que encontrou Rafael Bordalo Pinheiro, junto do teatro D. Pedro, no Rio, em que o notável artista contou os horrores que passou no Brasil.

Embarcara cheio de ilusões em 1875, na época era ilustrador do " Lanterna Mágica", publicação lisboeta.

Regressou três anos depois, descorçoado, com mulher e filha, após ter sido injuriado, e ver o gabinete de trabalho, na Rua do Ouvidor, assaltado por populares, sem ter recebido proteção da polícia, nem do Consulado Português!

Segundo a " Caixa de Socorros de D. Pedro V", fundada no Rio de Janeiro, de, 1861 a 71, havia no Rio 49.610 emigrantes portugueses. A "Caixa" repatriou 4.000, e faleceram, durante esse período, 11.000. É desconhecido a situação dos que foram trabalhar para o interior.

Os repatriados chegavam a Portugal, desiludidos ainda mais pobres do que partiram.

No livro " No Brasil", Silva Pinto, relata a chegada de paquete francês, a Lisboa, com vinte passageiros, vindos do Brasil: " Só dois obtiveram fortuna – o primeiro alugando escravos ao mês; o segundo (uma mulher,) alugando-se diariamente. Os restantes (...) chegaram doentes, arruinados e cheios de dívidas"

O invés, parece acontecer agora, aos imigrantes que chegam a Lisboa, com a cabeça cheia de fantasias, (alguns de dupla nacionalidade).

Vasco Malta, Chefe da Missão em Portugal, da Organização Internacional das Migrações (OIM), tem ajudado muitos imigrantes a regressarem à terra natal. Brasileiros foram, 1831, desiludidos por não terem conseguido trabalho, nem casa. Alguns encontravam-se na mais esquálida miséria.

Repete-se, infelizmente, em pleno século XXI, a História e as histórias, dos portugueses, no século XIX e XX, no Brasil.

 

Gente de OpiniãoDomingo, 30 de junho de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A situação da igreja em Portugal

A situação da igreja em Portugal

É do conhecimento de todos, que participam na missa dominical, que existe grande diminuição de fiéis – não só de jovens, como de crentes idosos.Vári

A culpa é do anterior

A culpa é do anterior

Na semana passada mandei reparar as fitas das persianas. Encontravam-se em péssimo estado de conservação.Consultei várias casas da especialidade. C

Coisas de formigas e humanos

Coisas de formigas e humanos

Começo este texto reproduzindo uma fábula do escritor grego Esopo (620-560 aC)."O escorpião pediu ajuda ao sapo para atravessar o rio. O sapo, receoso

Cadê as fogueiras?

Cadê as fogueiras?

13 de junho. Por volta das oito horas da noite saí de casa e atravessei o bairro onde moro, rodando por vias intermediárias. De repente me deparei c

Gente de Opinião Domingo, 30 de junho de 2024 | Porto Velho (RO)