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Meio Ambiente

Desmatamento no sul do Amazonas caiu 50%


Amanda Mota
Agência Brasil


Manaus - Relatório divulgado nessa quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostra que houve queda de 50% nos índices de desmatamento no sul do Amazonas, em comparação com o ano passado. Segundo os dados, em 2006 foram desmatados 72.710,34 hectares, contra 36.352,38 hectares neste ano.

A região é conhecida por concentrar, historicamente, os maiores problemas de degradação ambiental no estado que, segundo a direção do Ibama no Amazonas, muitas vezes estão relacionados à ocupação irregular de terras públicas. Além da redução do desmatamento, o estado também apresentou em 2007 o menor índice de focos de calor dos últimos quatro anos, o que revela diminuição na manutenção das rotinas de queimadas associadas às atividades agropastoris.

As ações foram realizadas de julho a outubro e fazem parte do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento na Amazônia. Foram investidos R$ 580 mil para a realização das dez operações em 80 dias de campo. Até o momento, foram lavrados 141 autos de infração, um recorde, segundo o superintendente do Ibama no Amazonas, Henrique Pereira.

Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama e parte de Lábrea foram os municípios beneficiados com a ação do Ibama, que também incluiu a inspeção de serrarias e a apreensão de 956 metros cúbicos de tora, 717 metros cúbicos de madeira serrada - que haviam sido retiradas ilegalmente da floresta - de tratores e de uma carreta.

"Tivemos um recorde de autos de infração este ano. Os 141 autos até então lavrados atingem a casa dos R$ 51 milhões. Eles incluem multas por desmatamento, por atividades agropecuárias sem licença, desmatamento em área de reserva e áreas de proteção permanente. Essas infrações correspondem a multas de valores mais elevados e considerados crimes mais graves do ponto de vista ambiental", disse Pereira.

Segundo ele, 40 serrarias inspecionadas operavam legalmente. "Isso também é um indicador positivo. Significa que pelo menos 40 empreendimentos florestais estavam operando perfeitamente dentro dos marcos legais, funcionando com licenças e operando com matéria-prima comprovadamente legal. E é isso que queremos, que a indústria madeireira e a atividade agrícola se estabeleçam no Amazonas com bases legais".

O superintendente também destacou a participação de 55 servidores nas operações e a parceria da Superintendência Estadual da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do Comando Militar da Amazônia, da Polícia Militar de Humaitá, do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Ao longo dos trabalhos, a maior degradação foi em Lábrea onde, até 2006, os dados sobre desmatamento na região apontam números superiores a 300 hectares.

"Na última semana da operação intensiva, nos surpreendeu a descoberta de um desmatamento de 7 mil hectares de terras em Lábrea. Esse tipo de desmatamento, de grandes proporções, infelizmente é o padrão de Lábrea. Essa é uma fronteira de fazendas e a questão envolve ocupação de terras públicas, associadas ou não ao crime da grilagem, que é a falsificação de documentos de posse", relata o superintendente do Ibama.

Segundo a direção do órgão ambiental no Amazonas, a operação de combate ao desmatamento continua no estado de forma normal, ou seja, sem as atividades intensivas feitas nos quatro meses de operação. O período das ações corresponde à época do ano em que acontece o pico de desmatamento, em função do menor índice pluviométrico, que por sua vez facilita o trabalho dos infratores. "O combate ao desmatamento continua mas, com o início das chuvas em dezembro, nosso foco se direciona para o período de defeso e para a fiscalização da pesca", finaliza Pereira.

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