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Meio Ambiente

Cheia em rios do Amazonas ainda preocupa


Alex Rodrigues
Agência Brasil

Brasília - Cidades amazonenses afetadas pelas cheias dos rios que cortam o estado tentam reparar os estragos e auxiliar a população enquanto aguardam a ajuda financeira dos governos estadual e federal. Até a última sexta-feira (4), 32 municípios já haviam decretado situação de emergência e a Defesa Civil do Amazonas calculava que já chegava a 74 mil o número de famílias atingidas em todo o estado. Embora o nível dos rios tenha começado a baixar, no interior ainda há localidades praticamente submersas. A previsão do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe), é mais chuva forte para as regiões centro-norte e leste do estado.

Uma destas localidades é Benjamim Constant, na região oeste do estado. De acordo com a Defesa Civil municipal, cerca de 9 mil pessoas foram afetadas pelas águas desde meados de março. Segundo a coordenadora do órgão, Gleissimar Campelo Castelo Branco, embora o nível dos rios Solimões e Javari, que banham a cidade, tenha começado a baixar nos últimos dias, boa parte do município continua alagada e a cidade permanece em situação de emergência.

“Benjamim se transformou em uma Veneza”, disse a coordenadora à Agência Brasil, referindo-se à cidade italiana cortada por canais onde gôndolas servem de meio de transporte. De acordo com Gleissimar, o nível do Rio Solimões chegou a atingir 13,74 metros, apenas 9 centímetros a menos que a marca histórica registrada durante a cheia de 1999. Já o Javari, de acordo com muitos moradores, diz a coordenadora, atingiu o maior nível de todos os tempos.

Algumas comunidades agroextrativistas instaladas em ilhas do Solimões, como a do Aramaça, perderam toda a produção. A prefeitura reforçou a limpeza das ruas e distribuiu alimentos, medicamentos e madeira para que os moradores de áreas alagadas que não corriam riscos elevassem a altura dos assoalhos das casas. “Agora precisamos de maior apoio financeiro do governo estadual para custear as despesas que o município contraiu e com que, sozinho, não conseguirá arcar”, concluiu a coordenadora.

Já em Parintins, a cerca de 370 quilômetros da capital, o nível do Rio Amazonas subiu mais de 9 metros, alagando um grande número de ruas em bairros como Emílio Moreira, São José Operário, Beco Submarino, Santa Rita e Francesa. Desde a semana passada, agentes comunitários de saúde estão visitando as áreas afetadas para alertar a população sobre o risco de doenças transmitidas pela água contaminada e os cuidados com a saúde. Em seu site, a prefeitura informa não ter condições de atender, sozinha, às necessidades das quase 1,5 mil famílias que vivem em áreas alagadas. O prefeito Bi Garcia deve viajar a Manaus nesta quarta-feira (9), para pedir ao governador Omar Aziz a ajuda estadual.

Coordenador da Regional da Defesa Civil do Alto Solimões e responsável por sete cidades da região (Tabatinga, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins e Benjamim Constant), Gildásio Araújo da Silva diz que há entre 200 e 300 famílias vivendo em abrigos, cerca de 120 recebendo o benefício do aluguel social e várias outras abrigadas nas casas de parentes e amigos. De acordo com ele, desde que o nível dos rios chegou ao ponto de causar transtornos à população, o governo estadual vem procurando auxiliar as prefeituras. A primeira preocupação, além da retirada da população das áreas afetadas, foi atender os doentes, já que o número de enfermos aumentou a ponto de exigir campanhas que desafogassem os casos de maior urgência. Segundo Gildásio, 2,5 mil cestas básicas e um grande número de kits de medicamentos e de produtos de higiene foi distribuído.
Ao visitar bairros alagados de Manaus, o governador Omar Aziz anunciou que o governo estadual vai distribuir R$ 400 a pelo menos 50 mil famílias afetadas pelas cheias por meio do cartão Amazonas Solidário. De acordo com nota divulgada no site do governo amazonense, 10 mil cartões já foram entregues em mais de sete cidades localizadas na calha do Rio Juruá e Boca do Acre.

No total, a iniciativa exigirá um investimento de R$ 20 milhões. Segundo o site do governo amazonense, R$ 4 milhões dos cofres estaduais já foram disponibilizados e o Ministério da Integração Nacional anunciou o aporte de mais R$ 8 milhões para a ação, recursos ainda não liberados pelo Banco do Brasil.
 

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