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Intereclesial

12º INTERECLESIAL: Desafios das CEBs que não podem ser adiados



O teólogo e sacerdote Benedito Ferraro, professor da PUCCampinas e assessor nacional das CEBs, chega ao XII Intereclesial já preocupado com o pós-encontro. Ou seja, como trabalhar a ecologia e a missão na Amazônia considerando-a numa perspectiva nacional e continental. A presença de agentes das CEBs, assessores e convidados de todas as dioceses do Brasil e também da América Latina, do Caribe, da Europa e até do Japão demonstram bem os interesses que vão além do território amazônico onde vivem 25 milhões de pessoas.12º INTERECLESIAL: Desafios das CEBs que não podem ser adiados  - Gente de Opinião

Para Ferraro, um desafio é a procura de uma convivência fraterna entre os humanos e toda a natureza: “Deus é  Pai e Mãe dos seres humanos  e de toda a natureza.” 

O outro desafio apontado pelo teólogo é o da descoberta de uma forma de dialogo com as experiências de todas as igrejas cristãs. Ou seja, o diálogo ecumênico e também o  interreligioso, envolvendo outras religiões, para tornar viável todas as mudanças que se fazem necessárias. As experiências como a dos índios e ribeirinhos que vivem há séculos integrados e em harmonia com a natureza preservando-a e respeitando-a precisam ser reconhecidas.

A sugestão do Pe. Ferraro é que no caso de construção de barragens, os ribeirinhos recebam uma terra às margens da represa para que possam continuar a viver e sobreviver em comunhão com a natureza. “O simples pagamento de indenização”, afirma, “nada resolve, pois os ribeirinhos não estão preparados para vida urbana. Eles têm direito de permanecer onde sempre viveram pescando e plantando.”

Outro problema que as comunidades e a igreja terão de enfrentar é o da falta de pessoal. A Igreja hoje é toda ministerial e exige ministério ordenado. Mas continua a fechar as portas para metade da humanidade. As mulheres constituem 80 por cento dos membros das igrejas, tanto as católicas como as evangélicas. Na igreja católica, 70 por cento das celebrações contam com a participação de leigos dos quais, 70 por cento  são mulheres.

“Como entender uma igreja que exige nos seus mandamentos a participação semanal da eucaristia, mas deixa ao abandono uma enorme quantidade de  comunidades onde o padre aparece, se tanto,  uma vez por ano?”  indaga o teólogo.

“Os intereclesiais têm adiado o encaminhamento dessa questão, que se torna a cada ano mais urgente para a sua própria sobrevivência e da igreja.”, afirma. A Igreja Católica será a última entre as igrejas cristãs a reconhecer os direitos iguais das mulheres em todos os serviços e na missão.

“Mesmo porque está mais do que provado que não existe nenhuma base teológica para essa discriminação. Apenas o desejo de manter o patriarcalismo a toda força”, conclui o teólogo e  professor Benedito Ferraro.

Fonte: Ascom/Intereclesial

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