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História

Marechal Cândido Mariano Rondon: um legado de força e honra



Há 52 anos, no dia 19 de janeiro de 1952, morria no Rio de Janeiro, aos 92 anos de idade, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Mato-grossense de Mimoso, um distrito de Santo Antonio do Leverger. Filho e neto de índios guaná, bororó e terena, Rondon ficou órfão muito cedo e foi criado por um tio. Quando este morreu, transferiu-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar. Marechal Cândido Mariano Rondon: um legado de força e honra  - Gente de Opinião

Além de o estudo ser gratuito, os alunos da Escola Militar, desde que assentassem praça, recebiam pagamento mensal como se fossem sargentos. Rondon precisava desesperadamente desses dois benefícios. Alistou-se então no 2º. Regimento de Artilharia a Cavalo – e a partir de então, deixou o anonimato e entrou para a História.

Rondon, um político e pacifista, sempre

Ainda estudante, participou dos movimentos de abolição da escravatura e da implantação do regime republicano. Depois disso, já com a Escola Militar concluída, voltou para seu estado natal, foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso e designado para a comissão de construção da linha telegráfica que ligaria o Mato Grosso e Goiás ao sul do Brasil. E havia uma razão imperiosa para isso: esses dois estados estavam isolados dos grandes centros, eram área de fronteira e, portanto, sujeitas a invasões de outros países.

E Rondon cumpriu sua missão de modo brilhante, abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, mapeando e estabelecendo relações cordiais com as tribos que encontrava pelo caminho. Foi assim que contatou os bororós, nhambiquaras, Urupá, jaru, karipuna, ariqueme, boca negra, pacaás novos, macuporé, guaraya e macurape.

Alguns feitos marcaram sobremodo a vida de Rondon:

Entre 1892 e 1898 instalou as linhas telegráficas do Mato Grosso a Goiás, ligando Cuiabá ao Araguaia. Construiu também uma estrada ligando Cuiabá ao Estado de Goiás; 

Entre 1900 e 1906 dirigiu a implantação de mais uma linha telegráfica, desta vez entre Cuiabá e Corumbá, chegando até as fronteiras do Paraguai de da Bolívia;

 E foi em 1906, nessas entradas pelo interior do país, exatamente para implantar as linhas do telégrafo, que descobriu as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, a maior relíquia história de nossa Rondônia.

 Um ano depois, já no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que iria implantar a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira. Junto com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, a linha do telégrafo iria integrar o então território “ao Brasil lá de baixo”. 

Foi nesse período, mais exatamente em 1913, que um fato marcou Rondon definitivamente. Atingido por uma flecha envenenada, disparada por um guerreiro nhambiquara, Rondon só não caiu ferido de morte porque a ponta da flecha perdeu força e quebrou, ao atingir a correia de couro grosso do fuzil que estava passada transversalmente sobre seu peito.

Mesmo caído ordenou a seus homens que não revidassem e batessem em retirada, silenciosamente, para não assustar os silvícolas. Esse ato era a confirmação do lema que ele havia adotado para sua vida: morrer se preciso for. Matar, nunca!

Um ano depois desse episódio, ainda chefiando a comissão de implantação das linhas telegráficas no então território do Guaporé, havia implantado 372 quilômetros de linhas e construídas cinco estações: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (depois Vila de Rondônia e atual Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes. Um detalhe: a rodovia BR 364 que liga Rondônia ao centro sul do país seguiu as trilha e picadas abertas por Rondon, para a implantação das linhas do telegrafo.

Em 1915 inaugurou a estação telegráfica de Santo Antonio do Madeira. Missão cumprida. E Rondônia jamais seria a mesma. Seria melhor.

Fonte: Decom

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