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Hidrelétricas do Madeira

Bolívia torna público questionamentos sobre hidrelétricas no Rio Madeira


"Como se pode afirmar que não haverá impactos no território boliviano, se nem sequer foi analisado ou estudado?", questiona documento; país pede comissão internacional para análise de impactos ambientais

Eduardo Paschoal

O governo boliviano, através do Ministério de Relações Exteriores, enviou ao governo brasileiro documento com 21 perguntas referentes ao projeto de construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO).  A Bolívia questiona a inexistência de um estudo sobre os impactos das construções no território que excede a fronteira brasileira.

O documento também propõe a formação de um painel de especialistas internacionais, como marco de uma comissão binacional para "avaliar os estudos existentes e os futuros, enquanto se refere aos impactos provocados pela sedimentação" possivelmente causada pelas obras.

Ao avaliar as inúmeras contradições presentes no processo de construção das barragens, o governo boliviano indaga: "A legislação brasileira permite passar para uma fase seguinte de um projeto sem haver concluído as dúvidas ou questionamentos dos estudos de uma fase anterior?".

Conseqüências
O documento pede explicações sobre as medidas que o governo brasileiro pretende adotar para controlar as epidemias de doenças como malária e febre amarela, que podem ser causadas com o alagamento de parte da região próxima ao Rio Madeira, mesmo em território boliviano: "O Estado Brasileiro poderá garantir que não haverá impacto na saúde humana provocado pelo aumento dos vetores das doenças mencionadas?", interroga.

Outro temor retratado na carta é em relação ao assoreamento no território boliviano e o fluxo de sedimentos: "Quais são os argumentos técnicos (não opiniões) que permitem ao Ibama assegurar que não haverá deposição de areias e sedimentos grossos na represa de Jirau e no trecho binacional, água acima?", pergunta.

O governo boliviano também indaga sobre o possível aumento do nível da água em Abuná, na fronteira com o território brasileiro.  O documento questiona como garantir que os níveis de água no trecho binacional não serão alterados.

Há também previsão de que a construção das barragens diminua a quantidade e a diversidade dos peixes da região.  Como relata a carta, "É altamente provável que a mortandade de peixes mais jovens afetará a pesca dos indivíduos maduros das espécies migratórias, e isso prejudicará a longo prazo os estoques pesqueiros da Amazônia boliviana".

Consulta pública
O governo boliviano quer também explicações sobre a consulta pública realizada no Estado de Rondônia, e a razão de não ter sido feito nada parecido em território boliviano, que também será impactado pela construção.

O documento pede, ainda, que o governo brasileiro se manifeste quanto ao fato de várias instituições ambientalistas, ONGs e boa parte da população brasileira que vive próxima ao Rio Madeira se opor à construção das centrais hidrelétricas.

Fonte:Amazonia.org.br

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