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Responsabilidade na governança corporativa - Além das aparências


Responsabilidade na governança corporativa - Além das aparências  - Gente de Opinião
A responsabilidade na governança corporativa é um dos princípios indispensáveis em uma organização. Segundo definição na íntegra do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa):

Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em conta, em seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional, etc.) no curto, médio e longo prazos.

Com mais de 35 anos no mundo corporativo e desde 2015 à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, que presta, dentre outros serviços, a implementação da governança corporativa nas organizações, assim como a participação como Conselheiro de Administração, acredito no valor da responsabilidade na governança corporativa, gerando confiança aos agentes internos e externos à organização.

Na quinta edição do ranking anual das 100 empresas mais responsáveis e com melhor governança corporativa, apresentada pela Merco (Monitor Empresarial de Reputação Corporativa), referência na Espanha e na América Latina, das dez primeiras colocadas no ranking, cinco são nacionais. A Natura na 1ª posição; Grupo Boticário na 2ª e Itaú-Unibanco na 3ª.

O que essas organizações têm em comum é a consciência de sua atuação no mercado, além do oferecimento de seus produtos/serviços e lucratividade. Essas empresas compreenderam que suas responsabilidades se estendem a todos os departamentos internos, à interação com as partes interessadas, inclusive, à sociedade.

Responsabilidade corporativa – muito além das aparências

É claro que não se pode mencionar a responsabilidade corporativa, sem relacionar este princípio aos demais na governança corporativa. É preciso agir com transparência, com equidade, prestar contas e fazer isso além da visibilidade da marca do negócio.

As organizações estão inseridas em um cenário de incertezas e crescente concorrência, neste cenário, um dos principais desafios para os negócios está o de se guiar tendo como norte os valores éticos e uma postura responsável. É preciso atender os interesses de todos os acionistas e demais grupos que têm as suas vidas modificadas por conta das ações da organização.

Por muito tempo, as empresas se baseavam nas vendas e lucros, sem qualquer preocupação com a interação com os grupos internos, sem qualquer preocupação em como aquele produto/serviço afetaria a vida das pessoas. Vendia-se e ponto final. A concorrência era controlada e previsível, portanto, qualquer preocupação além dos lucros, não seria importante.

Temos visto cada vez mais empresas (brasileiras e estrangeiras) envolvidas em algum tipo de escândalo, seja em sua gestão, em problemas de conduta, seja porque não houve comprometimento com a prestação de contas, seja em algum problema ambiental, afetando a qualidade de vida da sociedade, entre tantos outros.

Por essas reflexões, julgo tão importante que se fale sobre a responsabilidade na governança corporativa e todos os demais princípios interligados. Muitas empresas se acostumaram com uma postura de esconder a verdade, os dados, com um comportamento prejudicial de demonstrar aquilo que não é e não fazem.

Hoje estamos em um cenário em que novas tecnologias são criadas a todo o momento, não há mais qualquer desculpa quanto à omissão de dados com a vasta quantidade de softwares que cumprem esse papel nas organizações.

Estamos em um cenário de diversidade de ideias e em que se tem valorizado cada vez mais o relacionamento humano e as habilidades sociais (conhecidas também como soft skills), ou seja, o conhecimento técnico unido à habilidade de relacionamento com as pessoas.

Equipes incríveis repletas de talento, jamais poderão se desenvolver, enquanto cada um for inflexível ao novo e à importância das interações sociais e compartilhamento de experiências. Essa “guerra de egos” só leva organizações ao desgaste de seus relacionamentos e a graves problemas de conflitos de interesses e de conduta.

A responsabilidade na governança corporativa é mais do que a consciência da empresa como agente de transformação social, é o fazer, e muitas vezes essas ações acontecem silenciosamente no dia a dia do negócio.

Em um mundo em que as pessoas valorizam cada vez mais o “engajamento” nas redes sociais e o reconhecimento público, tem se perdido a noção do que significa a responsabilidade corporativa, e acredite, ela começa no relacionamento diário entre todos os envolvidos em sua equipe interna.

Responsabilidade na governança corporativa representa aquelas ações que são realizadas muitas vezes nos bastidores do ambiente empresarial. Vai além do que é mostrado como louvável, além, inclusive, de uma pontuação em algum ranking nacional ou estrangeiro.

Empresas responsáveis lidam com as pessoas que fazem parte de seu sucesso como participantes de sua história, agem com as partes interessadas com equidade, prestam contas cientes de seus avanços, mas principalmente de seus pontos a melhorar.

A responsabilidade na governança corporativa é um lema, princípio rico e fundamental para empresas que desejam agir interna e externamente em concordância com aquilo que acreditam ser como organização. É um caminho árduo, mas possível, quando se procura viver além das aparências no mundo corporativo.

Carlos Moreira - Há mais de 35 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria) e CCO (Diretor Comercial e de Marketing).É empresário há mais de 15 anos e sócio e fundador da MORCONE Consultoria Empresarial. 

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