Quinta-feira, 12 de agosto de 2010 - 11h09
Rinaldo Santos*
Quem foi ao encerramento da I Mostra Sesc Amazônia das Artes pôde conhecer a proposta do Núcleo de Criação do Dirceu, de Teresina, com o espetáculo Mediatriz.
Na maior parte do espetáculo a coreografia valoriza os pés, focalizando, aos poucos, partes distintas do corpo, num jogo inteligente de iluminação e com movimentos precisos da cortina que ocultam o corpo dos intérpretes. A proposta principal do grupo é fazer uma dança com a totalidade do corpo sem nunca mostrá-lo por inteiro.
Um espetáculo visualmente impactante... mas não pude ver. Um desperdício. Uma decisão errada prejudicou boa parte do público que esperava ver o balé dos pés, mas o que viu foi a dança das cabeças procurando frestas. Foi o meu caso, pois estava na penúltima fila das cadeiras que ficam no centro e não pude apreciar quase nada.
É que o grupo cometeu um pequeno erro, mas que teve grande repercussão, ao ter a idéia de interditar as laterais e parte dos assentos centrais, num cuidado excessivo, provavelmente crendo que nestas áreas seria possível que, ocasionalmente, algum espectador, em algum momento, poderia vir a perder determinado movimento que por ventura fosse feito, eventualmente, ao fundo do palco. Ufa! Pois bem, conseguiram que 60% do público visse apenas 30% do espetáculo (estimativa feita nos momentos em que não consegui ver a peça).
Sei que a interdição dos assentos laterais visava o melhor, que o espetáculo é delicado e que questões técnicas provavelmente exigiram muito jogo de cintura dos integrantes do grupo. Creio que para equacionar situações como esta algo deva ser sacrificado. Qualquer coisa, menos o público. Alguma adequação para se harmonizar ao espaço, assim o espetáculo se adapta ao teatro e não o teatro ao espetáculo.
Uma pena, pois o pouco que vi me agradou muito. Tenho na memória recortes da apresentação, mas se havia uma narrativa, não acompanhei.
E por isso mesmo, pude curtir um pouco mais a trilha sonora, bem criativa, mixada ao vivo, além do uso de um theremim, um dos primeiros instrumentos musicais eletrônicos, que tem a particularidade de ser tocado sem contato físico. Muito bacana.
É muito bom ver jovens cultos, criando, se atrevendo, correndo riscos, realizando projetos. Mediatriz encerra bem, mais uma empreitada cultural do Sesc, que foi marcada por espetáculos ousados, vigorosos e criativos.
* Rinaldo Santos é músico e poeta ([email protected])
Videocast sobre moda e cultura é produzido em Vilhena
Com o objetivo de promover um diálogo entre moda e cultura em Rondônia, o projeto do videocast “Moda e Cultura: Um Diálogo em Rondônia” está sendo p
A III Feira de Conscientização e Prevenção Contra Queimadas, realizada no dia 25 de junho no Galpão da Feira, em Nova Mutum Paraná, foi palco de um
Banda Os Últimos se apresenta hoje no Festival Acústico Lo Fi na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
A Banda Os Últimos, um dos grandes nomes do rock autoral rondoniense, sobe ao palco hoje (28/06) no Festival Acústico Lo Fi, que acontece na históri
Depois de percorrer escolas e ter sua primeira mostra pública às margens do Rio Purus, em Lábrea, cidade que inspirou a obra, “Pela Água, Sempre!” s