Quinta-feira, 20 de abril de 2023 - 15h52
"Berimbau,
atabaque e pandeiro, na roda não pode faltar, se você é capoeira, vem pra praça
vadiar”. A musicalidade da roda capoeira talvez seja o mais interessante desse
bem cultural que une dança, luta e jogo. Em Rondônia, o Instituto Nacional do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lançou o Plano de
Salvaguarda da Capoeira no estado. O documento é um instrumento fundamental
para a gestão dos bens registrados como Patrimônio Cultural Imaterial do
Brasil.
O Plano de
Salvaguarda da Capoeira em Rondônia é fruto do trabalho conjunto entre o
Instituto e diferentes grupos e rodas de capoeira rondonienses. Em 2012, a
superintendência do Iphan no estado iniciou o processo de identificação dos
detentores para a atualização do Cadastro Nacional da Capoeira e, nos últimos
dois anos, mesmo com todos os obstáculos que a pandemia de Covid-19 trouxe à
sociedade, realizou encontros virtuais para discutir a produção do plano.
Para o
técnico em Ciências Sociais do Iphan-RO, Emanuel Vieira, o Plano de Salvaguarda
juntou motivações e expectativas em prol do fomento da capoeira no estado. “A
mobilização contou também com a vontade sincera de participação de detentores
que expressaram, em diferentes momentos, o amor e a reverência que cultivam em
relação à capoeira. O documento guarda uma parte da memória coletiva da
comunidade capoeirista rondoniense, seus anseios e expectativas, seus ideais e
projetos de realização”, explicou.
Assim como o plano, a Roda de Capoeira é uma construção coletiva, de modo que a socialização entre os praticantes é indispensável. De acordo com o advogado e capoeirista, Vitor Noé, a oralidade na capoeira é a principal ferramenta de transmissão de saberes. “O respeito, a gratidão e a deferência para com o mestre de capoeira se assemelham àquela que deve ser concedida a um líder religioso, pois ele conduz o processo de aprendizagem, a roda de capoeira e a forma como os componentes do grupo se relacionam entre si”, contou.
Roda
de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira
Respectivamente
inscritos nos Livros de Registro das Formas de Expressão e dos Saberes, a Roda
de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira são Bens Culturais que abrangem
todo o território nacional e chegam a extrapolar fronteiras. A capoeira é uma
manifestação cultural presente em mais de 150 países, com variações regionais e
locais criadas a partir de suas “modalidades” mais conhecidas: as chamadas
“capoeira angola” e “capoeira regional”.
A Roda de
Capoeira é um espaço profundamente ritualizado, congrega cânticos e gestos que
expressam uma visão de mundo, uma hierarquia, um código de ética, que revelam
companheirismo e solidariedade. É composta pelo mestre, contramestre e seus
discípulos (alunos). Homens ou mulheres podem ocupar qualquer uma das funções,
desde que tenham passado pelos rituais específicos.
Os bens
culturais – Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres – expressam a história de
resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão. Seus reconhecimentos
como patrimônio demarcam a conscientização sobre o valor da herança cultural
africana. Herança esta que, no passado, foi reprimida e discriminada. A partir
do reconhecimento oficial das práticas e saberes relacionados à capoeira, em
2008, foram elaboradas estratégias para promover, inicialmente em nível federal
e, posteriormente de forma descentralizada, sua salvaguarda.
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