Quinta-feira, 12 de dezembro de 2013 - 11h11
Ele está deitado. Acomodado em sua rotina diária. Esparramado ao tapete da sala até se confunde com aquele. É Domingo, dia de permanecer ali deitado, afinal, todo domingo é assim: deitado observando o nada, apenas descansando de seu cotidiano dos dias de feira. Não que os dias de feira fossem muito diferentes, mas o Domingo era sagrado.
De repente, passa uma borboleta dourada. Ao bater de suas asas, o ofuscar do sol dá a impressão de que ela deixa um rastro de pó de ouro, mas são só as asas douradas. Ele a espreita, desperta do transe e a espreita, sorrateiro, tenta abocanhá-la, em vão. Ela bate as asas e escapa ligeira. Ele a perde de vista. Ela pousa em seu focinho, gelado e umedecido. Ele se sente provocado. Ela é só uma borboleta dourada. Ele a encara em um surto psicótico tenta abocanhá-la repetidas vezes em vão. Mas a ponto de que o Dono desviasse o olhar da televisão e fitasse-o com ar ranzinza por quebrar o ritual de silêncio e contemplação do Domingo.
Normalmente, ele baixaria a cabeça e se reclusaria obedecendo seu Dono, mas não hoje, não neste Domingo. Se sentira desafiado pelo animal alado e dourado e desafiaria seu Dono, indo contra o sagrado do Domingo. Grunhiu e latiu na direção da borboleta. Corria e saltava, tentando pegar-lhe às dentadas, enquanto ela apenas voava com suas asas douradas. Até que ela saiu pelo portão a fora. Ele surtou e pôs-se a latir e saltar sobre o portão insanamente.
O Dono se irrita brada, mas de nada adianta. Tenta alimentá-lo. Troca a água. Em vão. O animal está possuído pelo desejo de perseguir seu instinto. O Dono toma-lhe por louco e abre o portão. Agora ele teria que escolher entre ir atrás da borboleta atravessando pelo portão que nunca ousara atravessar, ou esquecer tudo aquilo e voltar a contemplar o Domingo.
Neste momento, o cão contemplou um novo objeto a perseguir. Ele balança peludo, mordido e desgrenhado, num ritmo egocêntrico, desfiando-lhe como em outras vezes. Saiu correndo em círculos atrás do rabo.
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