Porto Velho (RO) sábado, 20 de abril de 2024
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Gente de Opinião

RaiKa Fabíolla

Fazer o bem sem olhar a quem


 
Interessante como a vida se encarrega de mostrar que devemos a cada dia agradecer a Deus pelo dom da vida e por tantas maravilhas que podemos vivenciar. Porém nos deparamos com as mazelas sociais advindas de uma má gestão pública e por que não dizer de um seio familiar conflituoso.

Nesta semana ao sair de casa aconteceu algo inusitado ou nem tanto, talvez em outros momentos também tenha acontecido, mas a correria diária ou as preocupações apenas com meu mundo tenha passado despercebido. Fato é que tocou meu coração e me fez em poucos momentos pensar sobre qual o nosso papel nessa sociedade? Então resolvi compartilhar com vocês esse momento de generosidade, pois se colocar no lugar do outro é de suma importância para tentarmos minimizar sua dor.

Era um final de tarde, estava saindo para o trabalho e vi uma senhora carregando em seus braços com muita dificuldade uma criança com necessidades especiais, deveria ter de 3 a 4 anos no máximo, com uma rigidez total em seu corpo que o deixava ainda mais pesado para aquela franzina senhora carregar, mas o amor, o carinho e o cuidado prevaleciam. O marido empurrava a bicicleta, que era o meio de transporte dos três, até sair de uma rua cheia de buracos e seguirem seu caminho, mas ao perceber que a esposa já não tinha forças tomou a criança em seus braços meio sem jeito e deu a bicicleta a ela.

Já estava quase anoitecendo e começava a chover e em questão de segundos parei para pensar para onde estavam indo ou como chegariam em casa naquela situação que acredito fazer parte do cotidiano deles. Foi então, que estacionei o carro próximo a eles e lhes ofereci ajuda, me coloquei a disposição para levá-los até em casa, que a princípio gerou uma certa desconfiança, pois talvez não estejam acostumados com a presença de um estranho se compadecendo com suas dificuldades, ainda assim, aceitaram. A senhora entrou no carro com a criança e o marido continuou o trajeto de bicicleta.

No caminho a senhora profundamente agradecida contou-me que se tratava de seu neto e que passou a cuidá-lo após o assassinato de sua filha, crime este praticado pelo pai da criança por não aceitar a separação e também para se apossar do dinheiro da mãe. Na ocasião, foi cogitado pela outra avó que o deixassem no abrigo ou Conselho Tutelar, pois não queriam ter esse “trabalho”. Mas, a alma generosa desta família chamou para si a responsabilidade em criar este menino com dificuldades financeiras, porém com muito amor.

No trajeto percebi que reclamamos tanto por tão pouco, que pedimos mais do que agradecemos. Esta senhora afirma receber do INSS R$ 800,00 para comprar medicamentos, alimentos e roupas para o pequeno, que apresenta sérios problemas de saúde. Não pode trabalhar, pois precisa cuidar dele, o marido faz “bicos” como serviços gerais. A casa em que residem é de madeira com poucos cômodos. A rua é sem asfalto, com uma ladeira íngreme e que precisam fazer esse trajeto quase todos os dias para leva-lo ao médico.

Ao deixá-los em casa era nítida a gratidão da senhora e de seu esposo que chegou em seguida em sua humilde bicicleta. A criança não podia se manifestar, mas talvez tenha sentido que naquele instante que havia alguém com “bom coração” que se compadecia com sua história.

E então, ao retornar para minha rotina, seguindo de volta a caminho do trabalho as lágrimas molhavam meu rosto, o coração de certo modo estava aliviado por ter praticado o bem, a consciência estava tranquila por mais uma vez acreditar que vim a este mundo também para servir. Porém tenho a plena certeza de que minha missão com está família não acaba aqui, pois sinto que preciso retornar àquela casa e, pelo menos, fazer com que o dia das crianças deste pequeno seja comemorado de forma diferente.

Assim sendo, creio num Deus poderoso que não nos desampara e que uma das formas de se manifestar é colocando em nossa frente situações que nos fazem perceber mais uma vez, que desta vida não levaremos nada, mas em quanto vida tivermos precisamos nos doar àqueles que necessitarem de nossa ajuda.

Fazer o bem sem olhar a quem pode ser um clichê, mas o resultado desta ação é deveras gratificante.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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