Quinta-feira, 6 de março de 2008 - 10h16
Mulher sucede mulher na presidência
da comissão que discute a Amazônia
MONTEZUMA CRUZ
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BRASÍLIA – As mulheres se sucedem no comando dos debates sobre os problemas amazônicos. A partir desta semana, a nova presidente da Comissão de Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara é a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP). Ela substitui a colega Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Ao assumir, Janete reconheceu que a região exige ações "mais articuladas" A bancada amazônica tem 89 deputados. Janete Capiberibe disse que dará prioridade à segurança e à soberania da Amazônia. Ela quer a constante presença da Marinha e da Aeronáutica na região. "Vamos atuar em conjunto com cada deputado na defesa dos interesses da região amazônica", disse.
O ex-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Nilson Pinto (PSDB-PR), também alertou sobre a necessidade das ações defendidas pela deputada. "Infelizmente, por desdobramentos históricos, ocorreu uma diferenciação política e, por isso, nem todos defendem as mesmas coisas. Se observarmos como são exercidas as atividades econômicas na região perceberemos, facilmente, pelo menos três vertentes".
É possível que a compra de terras por estrangeiros seja um dos primeiros pratos indigestos da Comissão neste período. Existem 3,1 milhões de hectares de terras na Amazônia Legal nas mãos de estrangeiros, área corresponde a 39 mil imóveis rurais, conforme os primeiros levantamentos feitos pelo Incra. "Pode ser mais", assegurou o presidente do instituto, Rolf Hackbart. É que o cadastro oficial só apresenta registros de imóveis que tiveram os documentos apresentados por seus proprietários. No final do ano passado, a comissão debateu em clima polêmico o plantio de cana-de-açúcar e dendê, no Acre e no Pará, respecticamente. Até o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes compareceu lá, para esclarecer o que o governo pretende fazer com o agronegócio na região.
Segundo Pinto, no Amazonas, por exemplo, funciona um modelo gerado a partir da Zona Franca de Manaus, baseado na subvenção estatal e na isenção fiscal. "Ele criou um pólo industrial importante, mas beneficia basicamente só aquele estado. O pólo causou um vazio demográfico, porque a população foi morar na capital. Tem outro modelo que se desenvolve no Acre, o extrativismo de pequenas propriedades".
Marcelo Serafim (PSB-AM), Janete Capiberibe (PSB-AP), Jovelina Costa dos Santos (parteira no Amapá), Vanessa Grazziotin (PCdoAM), ex-presidente, e Carlos Souza (PP-AM) /EDSON SANTOS |
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