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Montezuma Cruz

CRIATIVIDADE VALE MAIS



ALICE WATSON (*)
Agência Amazônia 

BRASÍLIA – "Ninguém precisa ter dinheiro e experiência para propagar a paz e a sustentabilidade no mundo, basta pensamento positivo e criatividade", afirmou nesta quinta-feira Gunter Pauli, da Bélgica, fundador da Zero Emissions Research and Initiatives (ZERI), na abertura da Conferência Mundial ECO 2008.

Pauli foi um dos destaques no primeiro dia do evento, que teve a participação de importantes personalidades do cenário nacional e mundial. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Terra, Michael Kramer, suíço, membro do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e Pauli discutiram sobre Paz e Sustentabilidade.

Pauli falou sobre a experiência de aproveitar resíduos da produção de alimentos como cultivar cogumelos com a sobra não aproveitada do café. "Noventa e nove por cento de tudo o que o café produz é desperdiçado. Usamos os rejeitos para a produção de shitake e a sobra, rica em aminoácidos, serve de ração para porcos", exemplificou.

O modelo é usado na Alemanha e no Zimbábue (África), onde crianças órfãs de pais soropositivos encontraram nos cogumelos, cultivados com grama e folha secas, uma alternativa econômica para escapar da realidade de exploração sexual. "É assim que criamos a paz", concluiu Pauli. 

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Zilda Arns: aleitamento para afetividade e a tolerância / REVISTA PREVI


"Uma força incrível"

Para Zilda Arns, fundadora da Pastoral Internacional da Criança e a do Idoso, a formação da criança tem influência direta na paz, "o aleitamento materno é uma força incrível para o desenvolvimento da afetividade e da tolerância", afirmou.

Segundo dados da instituição, toda criança maltratada antes de um ano tem tendência a ser violenta, por isso a Pastoral não só cuida da mãe desde a gestação, como atende a dois milhões de crianças.

José Miguez, Carlos Nobre, Susana Ribeiro e Paulo Artaxo, todos membros do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), falaram sobre estratégias para enfrentar o aquecimento global, as mudanças climáticas e alternativas de energia para o século XXI.

Cultivo da cana, "menos favorável" 

CRIATIVIDADE VALE MAIS - Gente de OpiniãoUm dos perigos do aquecimento global é a redução da produtividade das hidrelétricas, devido à diminuição da vazão dos rios, segundo Carlos Nobre, doutor em Meteorologia. Ele alertou para a alteração no clima que será "cada vez menos favorável ao cultivo de cana e de outras culturas".

Como solução, Nobre propõe um melhor aproveitamento do potencial energético eólico do Brasil, que hoje é de 60GW, sendo apenas 0,28GW utilizados.

A mudança nos padrões de consumo é outra alternativa proposta pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Artaxo, "se a pessoa escolher um carro a álcool em vez de um carro a gasolina, já contribui para reduzir as emissões".

Segundo dados do IPCC, em 300 anos o nível do mar subirá cerca de sete metros e aproximadamente 70% das cem maiores cidades do planeta estão no litoral. A perda da biodiversidade é outra conseqüência do aquecimento, a previsão é de que nos próximos 100 anos a temperatura média global aumente entre dois e quatro graus. A Conferência Mundial ECO 2008 continua até sexta-feira, 31 de outubro.

(*) É jornalista assessora do evento.
 
Fonte: Montezuma Cruz - A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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