Quarta-feira, 4 de setembro de 2019 - 12h44
Enquanto dirigia seus absurdos para o mercado interno, Bolsonaro ia levando.
Ao disparar contra alvos espalhados pelo mundo, exibe sua estatura liliputiana,
sua linguagem de internauta que não está nem aí para a verdade e o
interlocutor.
Agora, afunda o conceito do Brasil no mundo, cria problemas diplomáticos
e econômicos graves, e nos envergonha como nenhum outro presidente antes dele.
Ou qualquer outra autoridade da república.
Se Bolsonaro acha que pode sair atirando a esmo, como se ainda estivesse
apenas diante de uma tela de computador, depois de voltar da praia da Barra,
saindo de bermudão e chinelão da sua casa em condomínio fechado para nadar ou
pescar, beber cerveja e fazer churrasco; ou metendo seu bedelho nos debates
parlamentares para agredir os oradores ou desafetos eventualmente ao seu redor,
ou preparando atos de insubordinação no quartel, então é melhor alguém de
respeito e integridade iniciar um processo qualquer de impedimento – político
ou psiquiátrico – de um presidente que só faz complicar a vida da nação, já tão
complicada. Não dá mais para absorver tanto desatino e estultice todos os dias,
incendiando – literalmente ou
simbolicamente – este grande país a cada nova manhã.
Uma coisa – já imensamente perigosa – é tentar implodir o Brasil,
tentando encontrar um beco de fuga para seus desacertos no cargo (ou jogando
gasolina verbal para incitar os quarteis). Outra é sair agredindo líderes
mundiais com desacato primário e raciocínio indigente, se raciocínio há.
Um tempo atrás uma autoridade do próprio governo recomendou que se
mantivesse Bolsonaro longe do celular. Ele avançou tanto na irresponsabilidade
que o caso, agora, é mesmo de interdição.
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