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Montezuma Cruz

BR-429 entra no PAC ameaçada pelo assoreamento


 
Emenda no valor de R$ 30 milhões de autoria da deputada deve garantir o início do asfaltamento da rodovia


MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia

BRASÍLIA – Uma das mais importantes estradas da Amazônia Ocidental, a BR-429 foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por intercessão da deputada Marinha Raupp (PMDB-RO), titular da Comissão de Amazônia e Desenvolvimento Regional.

Emenda no valor de R$ 30 milhões de autoria da deputada deve garantir o início do asfaltamento da rodovia. Esses recursos deverão sair do Orçamento Geral da União, no próximo ano, para as obras entre o entroncamento da BR-364 (Cuiabá-Porto Velho-Rio Branco) até São Miguel do Guaporé.

A devastação da mata ciliar às margens da rodovia que liga os municípios de Presidente Médici (na BR-364) a Costa Marques (na fronteira com a Bolívia) não é diferente do que ocorre dentro de reservas extrativistas, biológicas e em projetos do Incra neste estado amazônico. (Veja mais imagens no final desta matéria). 

BR-429 entra no PAC ameaçada pelo assoreamento  - Gente de Opinião
oreamento exige recuperação ao longo da rodovia / PADRE JOSEP PLANS


Secando rapidamente

A BR-429 está ameaçada pelo assoreamento de igarapés às suas margens, conforme denuncia ao site Ambiente Brasil o padre Josep Iborra Plans, espanhol naturalizado brasileiro, de São Francisco do Guaporé, a 850 Km de Porto Velho. Ele fotografou as margens da rodovia e indagou: "Até quando teremos água na região?".

Desde o período da colonização de Rondônia, com recursos do Banco Mundial, ela representa um desafio para a engenharia rodoviária e para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

O problema vem se agravando a cada ano. Segundo o padre Josep, conhecido por Zezinho, o assoreamento é maior nos igarapés e rios Bananeiras, Caio Espíndola e São Miguel, por ele classificados de "moribundos", em 2007. No domingo a deputada reuniu-se com líderes políticos, da agropecuária e do comércio de municípios da região sob influência da rodovia. 

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Ministra Dilma Roussef recebe a deputada Marinha / DIVULGAÇÃO

Recursos federais
A pedido da deputada Marinha Raupp, a rodovia entrou no PAC em outubro. Ela enviou um requerimento à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef e retomou a reivindicação em audiência pública no Palácio do Planalto, no dia 17 de dezembro.

Na oportunidade, relatou os 14 anos de trabalho em prol do projeto de pavimentação da BR-429 e a importância do Governo Federal colocá-la no PAC. Segundo Marinha Raupp, "a ministra e o presidente Lula se comprometam com o desenvolvimento da região do Vale do Guaporé e também de todo o estado".

Ao longo de 20 anos após o Programa de Desenvolvimento Integrado do Noroeste do Brasil (Polonoroeste), a devastação concentrou- se ao longo das rodovias BRs-364, 429 e 421, eixo de expansão das atividades agropecuárias e madeireiras. Agora, segundo analistas ambientais, o que chama a atenção é o deslocamento desse fenômeno em direção a áreas de preservação. 

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Galhos de árvores impedem a correnteza do rio: desafio ao Ibama / PADRE JOSEP PLANS



Região é devastada
desde o Polonoroeste
 

BRASÍLIA – Até julho de 2007, o desmatamento em Unidades de Conservação alcançou 2.485 km², o equivalente a 3% do território do Estado de Rondônia. Tais espaços são um meio de conservar áreas contíguas de floresta, indispensáveis para a manutenção de ecossistemas, equilíbrio climático, regimes hidrológicos e conservação da biodiversidade com eficiência.

Além disso, são essenciais para assegurar os direitos dos povos indígenas e de outras populações tradicionais que dependem da conservação das florestas e dos rios da Amazônia para o seu sustento. Não tem sido dada a atenção necessária a esse problema, e desta maneira, as unidades de uso sustentável – Florestas Nacionais, Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado e Reservas Extrativistas – foram as mais atingidas no período compreendido entre 2002 e 2007.

Paralelamente à devastação, as populações estão sendo suprimidas. Extrativistas, por exemplo, não recebem suporte – logística, crédito, tecnologias. Comunidades indígenas são descaracterizadas ao se inserirem na cadeia predatória de exploração dos recursos naturais como última alternativa de sobrevivência. Apesar de ganharem títulos, os quilombolas do Vale Guaporé estão pressionados por plantadores de soja e pecuaristas (M.C.)

                                             MAIS  IMAGENS 
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Fonte: Montezuma Cruz - A Agênciamaazônia é parceira do Gentedeopinião

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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