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Matias Mendes

LEGADOS DA HISTÓRIA: A Corrupção em Rondônia


Por MATIAS MENDES

Diguem o que disserem dos governantes militares que ocuparam os postos de poder no Brasil entre 1964 e 1985, mas uma coisa ninguém pode dizer, que os militares permitiram em qualquer momento a instalação da corrupção sistêmica no País. Destarte, corruptos até que havia, de forma isolada, praticando alguma corrupção a varejo até ser detectado pelo SNI e devidamente defenestrado do serviço público. Os generais que governaram o Brasil foram todos intransigentes com os atos de corrupção, nenhum deles saiu do poder enriquecido, suas famílias nunca apresentaram quaisquer sinais que fossem de prosperidade suspeita e não houve um único filho de general que passou pelo poder que ficou rico. O que vale para os generais que foram presidentes, vale também para os coronéis que foram governadores de Estados e Territórios Federais, Rondônia entre eles.

De fato, até o final do governo do Coronel Jorge Teixeira de Oliveira só havia em Rondônia alguns poucos corruptos isolados, não havia ainda nenhuma quadrilha instalada na máquina do serviço público, os corruptos se resumiam a reles propineiros que davam suas bicadas discretas em empresários que mantinham negócios com o Governo, raia miúda em sua esmagadora maioria, conquanto já houvesse um ou outro Secretário do Governo que cometiam suas estripulias, mas nada que se assemelhasse ao escandaloso sistema que começa com o enriquecimento misterioso do cunhado do governador-tampão Ângelo Angelin, do PMDB, ainda de forma amadora, e se profissionaliza de uma vez no governo de Jerônimo Santana, também do PMDB, quando a quadrilha do senador José Richa, do Paraná, foi importada para Rondônia para implementar a corrupção sistêmica na máquina administrativa do Estado. As quadrilhas petistas desbaratadas na atualidade só se tornaram possíveis em razão do eficiente sistema de corrupção instalado no serviço público do Estado pela ação criminosa do pessoal do PMDB, partido que se aproveitou do momento confuso da transição de regime para se capitalizar com roubalheiras de toda ordem.

Em Rondônia a roubalheira só não foi maior porque a pretensão de Jerônimo Santana de mudar a Capital do Estado foi barrada pelos movimentos sociais contrários, as entidades de classe empresariais e a ação eficiente da Assembleia Legislativa, que tratou de inserir na Constituição de 1989 o dispositivo que impediu Jerônimo Santana e o seu todo-poderoso PMDB de efetivarem a mudança da Capital para a região de Alvorada do Oeste. O projeto criminoso foi abortado quando várias grandes construtoras, principalmente do Paraná, já estavam se instalando no Estado para participar da monumental mamata da construção da nova Capital. O Estado de Rondônia escapou dessa armadilha marota do PMDB, mas não conseguiu escapar de outras tantas armadilhas urdidas pela quadrilha paranaense a serviço de Jerônimo Santana e seus asseclas. O raquítico PT daquela época nem de longe sequer sonhava que seria um dia o feliz beneficiário do criminoso esquema de corrupção forjado pelo grupo de Jerônimo Santana.

O engenhoso sistema de corrupção implantado pelo PMDB em Rondônia, com complexa ramificação no Estado do Paraná, envolvendo faculdades, institutos de organização de concursos públicos, editoras, construtoras e outras empresas visava exclusivamente beneficiar o PMDB ad eternum, não estava nos planos da quadrilha mudanças políticas em curto espaço de tempo. Mas as mudanças políticas foram acontecendo, o PMDB rachou e gerou o PSDB, enfraquecendo sensivelmente a legenda, fazendo com que lhe escapasse das mãos as rédeas do esquema cartesianamente montado. A cisão do PMDB ensejou o crescimento do PT como legenda de esquerda.

Ao chegar ao poder, o PT encontrou tudo pronto para fazer a sua própria festa com a corrupção sistêmica já devidamente cristalizada na estrutura do Governo. Foi assim que em Rondônia cresceram rapidamente as quadrilhas de esquerda, dando margem para o surgimento de larápios como Roberto Sobrinho, Míriam Saldaña, Jair Ramires e tantos outros corruptos que por aqui operam. Como a Abin nunca teve a eficiência do velho SNI criado pelo inteligente general Golbery do Couto Silva, as quadrilhas se disseminaram no serviço público com a nocividade de ervas daninhas, estendendo seus tentáculos por todos os Poderes, sem exceção nenhuma, dando a Rondônia a indelével marca de Estado bandido, de valhacouto do crime organizado, de réplica nacional da republiqueta do Suriname, enfim, de Estado infestado e controlado pelo crime organizado em razão dos grupos criminosos que se alternaram no poder, malbaratando a herança histórica de trabalho e seriedade que nos havia sido legada pelo Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, o último governante militar que tivemos. E depois do Coronel veio a hecatombe, o caos, o abismo e o nada...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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