Porto Velho (RO) quinta-feira, 25 de abril de 2024
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Matias Mendes

CONCLUSÃO AMARGA: O Castigo do Centro de Informações


Por MATIAS MENDES

Os que pensam que a recente série de artigos por mim publicados tem algum objetivo diferente de legar aos pósteros a verdadeira informação sobre os fatos que determinaram o desvio moral da política praticada em Rondônia estão rotundamente equivocados. De há muito eu desisti da luta inglória de escrever para os povos do meu tempo. Entre meus inumeráveis defeitos não se inclui o da teimosia, eu sou tenaz sem ser teimoso, aprendi a não dar murro em ponta de faca, até porque sei perfeitamente o quanto uma faca pode ser perigosa quando empunhada pela mão certa...

De tal modo, a publicação dos recentes artigos sobre os ex-governantes que só nos trouxeram desventuras nada tem a ver com qualquer coisa que se pareça um acerto de contas. Na verdade, foi a minha recente mudança que me trouxe de volta documentos que estavam encaixotados há muitos anos, inclusive a minha famosa agenda de chumbo dos anos setenta do século passado com as fiéis anotações sobre diversos fatos dos anos de chumbo. O Centro de Informações no qual me baseei para escrever os artigos de fato existe, mas, a bem da verdade, a ideia de organizá-lo nos moldes em que se encontra hoje não foi exatamente minha, conquanto eu já cultivasse o hábito de preservar documentos. Foi mesmo o Delegado Carlão, quando era Delegado Regional de Guajará-Mirim, há muitos anos, que me sugeriu a criação de uma ONG voltada a preservar as memórias do Estado de Rondônia. O Delegado Carlos Eduardo é hoje o Chefe da Corregedoria Administrativa da Assembleia Legislativa, quem quiser pode perguntar a ele.

Na época, ainda trabalhando com as máquinas de datilografia, confesso que a ideia não me pareceu viável em razão da decorrente trabalheira que daria, mas anos depois, quando a muito custo aposentei as minhas máquinas de escrever e encarei de vez a novidade tecnológica do computador, tive a percepção de que a ideia era de fato exequível e resolvi organizar o Centro de Informações, não exatamente como uma ONG, mas sim nos moldes dos serviços de informações militares que eu havia aprendido na escola de guerra francesa que cursei. Foi assim que nasceu o meu Centro de Informações do qual muitos duvidam e no qual muitos outros têm escabrosos cadastros, muitos dos crimes assentados já prescritos, mas perenemente embaraçosos, alguns dados irrelevantes de meras traições conjugais, casos corriqueiros de sodomia, de pederastia, de boiolagens das mais diversas, de ladroagens menores, de tráficos de drogas proibidas, de improbidades administrativas diversas e de crimes bem pesados mesmo. Dependendo da gravidade e da atualidade do ilícito, eu transfiro o informe ou a informação para algum órgão competente para tomar as providências necessárias, caso contrário eu mantenho a informação hibernada, não a divulgo para ninguém e não cobro nada de ninguém por detê-la, fato que constituiria crime de chantagem. E pelo fato de não chantagear ninguém, os mentecaptos acreditam piamente que eu não disponho da informação, mas disponho, sim, apenas não precisa ser trazida a lume. No entanto, na possibilidade algo remota de algum matador de aluguel levar sorte em um confronto comigo, aí a coisa desandaria por completo, toda a podridão armazenada viria à tona como se fosse um terrível tsunami, soterrando na lama das revelações muitos indivíduos tidos e havidos como gente respeitável.

Não faltam aqui por estas profundezas das selvas amazônicas mentecaptos que buscam lançar-me à vala comum dos desacreditados, blaterando até contra as instituições culturais às quais estou vinculado, zombando até de forma racista das distinções que conquistei somente com trabalho e desapego à pecúnia, enfim, cometendo toda sorte de vilipêndio, sem se dar conta do perigo que correm com seus rabos-de-palha que podem ser incendiados a qualquer momento. Sottises! Sottises! O vagabundo que quiser fazer o teste se eu mando ou não com a maior facilidade os entulhos sociais para o inferno, basta experimentar tentar me dar um tapa na cara. Por certo que o tapa nem vai me acertar, mas a simples tentativa não vai deixar de ser punida com a pena capital. Lá no meu velho e legendário Guaporé, minha região de origem, era corrente um provérbio popular que dizia o seguinte: “Em terra de sapo, de cócoras com ele.” De igual modo, em terra infestada por bandidos não há outro recurso a não ser combatê-los da forma conveniente, respeitando apenas os seus cinco direitos básicos: chumbo, cadeia, cacete, cova rasa e caveira. Nada mais que isto eles merecem. Idem os seus porta-vozes, os bucaneiros que defendem de forma velada as quadrilhas de corruptos pela imprensa.

Todavia, considerando o alto custo de um presidiário, principalmente agora que a Bolsa-Presídio foi aumentada para RS 915,00 para cada dependente do apenado, abrindo a possibilidade aos criminosos com proles numerosas de conquistarem gordos rendimentos pagos pelo Estado enquanto cumprem pena, podendo-se dizer até que a profissão de presidiário foi devidamente regulamentada por vias transversas, eu passo a defender, sem receio de parecer politicamente incorreto, a supressão pura e simples do direito de cadeia para os meliantes, já que a reclusão perdeu o seu sentido punitivo para tornar-se negócio lucrativo. De tal modo, o rol dos direitos dos vagabundos poderia ser simplificado para apenas chumbo, cacete (que também pode ser letal quando bem empregado), cova rasa e caveira, que é o símbolo da purificação do ser humano que não prestou para nada depois que se liberta da podridão da matéria criminosa.

Pour finir, no país em que os privilégios previdenciários dos criminosos encarcerados se sobrepõem aos minguados direitos de trabalhadores honestos há que se chegar mesmo à amarga conclusão de que não restam alternativas de combate à corrupção dos políticos em razão de seus numerosos crimes qualificados como de baixo potencial ofensivo, já que são cometidos aparentemente sem o emprego da violência contra as vítimas. No entanto, basta uma breve visita a um hospital público como o João Paulo II para que se tenha a verdadeira ideia da hediondez dos crimes cometidos pelos políticos ladrões do dinheiro público, que erigem suas fortunas malditas ao custo de um repugnante genocídio contra o povo brasileiro. E como de fato Abyssus abyssum invocat, agora com a possibilidade de obtenção de altos rendimentos na profissão de presidiário, ainda que os políticos larápios fossem condenados por crimes hediondos, eles continuariam na sua confortável posição de parasitas privilegiados do povo brasileiro. Não me causaria nenhuma estranheza se muito em breve os nossos políticos providenciassem uma providencial (a redundância é mesmo intencional) emenda constitucional para introduzir no Brasil a pena de prisão perpétua, garantindo-lhes o direito de lucro duplo, roubando muito aqui fora e sendo regiamente pagos pelo Estado quando recolhidos aos presídios. Nem mesmo os Donadon poderiam sonhar com tantas maravilhas em favor da especialidade que lhes foi legada pelo patriarca corrupto. Talvez até seja aberta alguma faculdade lá em Colorado do Oeste para graduar Bacharéis em Corrupção Pública, havendo a possibilidade de que o Doutorado da especialização fosse feito em Santa Luzia do Oeste, a capital da republiqueta criminosa de Cassolândia...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

FÉRIAS: Viagem ao Centro do Brasil

FÉRIAS: Viagem ao Centro do Brasil

                    Por MATIAS MENDES                 No mês de julho, de férias, para compensar uma temporada pelas regiões remotas do Guaporé, meti

PEDRAS NEGRAS: Reflexões da Festa do Divino

PEDRAS NEGRAS: Reflexões da Festa do Divino

Por MATIAS MENDES                   O Distrito histórico de Pedras Negras, no rio Guaporé, entre os dias 15 e 19 de maio, há quase um mês, engalanou-s

BOTAFOGO: O Império da Mística

BOTAFOGO: O Império da Mística

                 Por MATIAS MENDES                   O Botafogo, famoso pela mística que o acompanha, não deixou por menos no ano de 2013, não permiti

BOATOS: Fazendas Fantasmas

BOATOS: Fazendas Fantasmas

                    Por MATIAS MENDES                   Dias atrás, neste mesmo espaço de imprensa, eu teci comentários a respeito da situação do muni

Gente de Opinião Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)