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Gente de Opinião

Luiz Felipe

Carta aos Eleitores


 

 Por: Luiz Felipe da Silva Andrade[1]

Mais uma vez se aproxima a tão esperada época eleitoral, momento em que o povo pode exercer o seu maior dom, posto pela Constituição Federal de 1988. O dom do VOTO.

Momento este sublime, onde cada eleitor com a ponta dos dedos transfere seu poder, dele emanado, a uma determinada pessoa – doravante denominada de Político, estes dedos, acabam chancelando os representantes do povo os quais serão incumbidos deste poder de representação por 4 (quatro) anos ou no caso dos Senadores por 8 (oito), esta, senhores, é a maior demonstração da democracia e do exercício da cidadania, este é de fato o momento em que as coisas mudam, ou ao menos assim deveria ser.

Infelizmente nossa realidade é bastante diferente. Esta é a época na qual deveriam ser apresentadas as contas – no sentido de ações perpetradas e não no mero entender contábil, dos que já foram eleitos. Como também de apresentação dos projetos dos que pretendem ingressar na vida Pública, ocorre que este momento acaba se tornando mais uma festa de pão e circo para a população, orquestrado pelos Ilustres candidatos. Pois, tudo que deveria ser feito ao longo dos 4 (quatro) ou 8 (oito) anos de representação, acaba sendo feito nos momentos finais que antecedem o pleito eleitoral.

Por isso, muitas vezes penso que as eleições deveriam ser anuais, pois pelo menos assim as obras teriam um início e um fim e as ações tão prometidas sairiam do campo das palavras e das idéias para se tornarem realidades.

Além disto, o período eleitoral trás outro efeito interessante, os candidatos (minúscula), ao menos nessa época, acreditam que tudo pode... tudo se faz... tudo acontece e, o pior, que TODOS viram SANTOS.  O que mais se vê é o candidato que não sabe quais são as competências de um Vereador ou de um Prefeito prometendo mundos e fundos, promessas estas que muitas das vezes não são nem de longe possíveis, pois não são da alçada de competência dos cargos almejados. Assim sendo, o eleitor deveria se inteirar do que fazem os seus dignos representantes e até mesmo podar esse tipo de comportamento “marketeiro-político”, entretanto para a minha infelicidade e de todos, o que acontece é justamente o oposto... Vereadores prometendo perpetrar ações que seriam de competência de Prefeitos (ou Deputados) e, vice e versa.

Nestas horas em que me encontro em reflexão/desespero, vem a mente o célebre texto “O Analfabeto Político” de Bertolt Brecht, no qual ao tratar da alienação política do povo assim assevera: (...) da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Um dos graves problemas dos seres-humanos é justamente a transferência de culpa, TODOS são culpados, menos ele... Se a rua não está asfaltada a culpa é do GOVERNO, se não tem médicos a culpa é do GOVERNO, se não tem luz a culpa é do GOVERNO. Agora eu pergunto, quem escolhe o GOVERNO?

Depois, o povo reclama quando o Poder Judiciário permite o registro de fulano ou beltrano que tem ficha suja... Ora minha gente, o Poder Judiciário não é o dono da República e muito menos tem a função de ser babá da população, a escolha de um representante é um ato sublime e, para que o Poder Judiciário decida retirar o mandato outorgado de forma legítima a um Político, existe um grande peso a ser vencido primeiro esse peso chamam-se eleitores, pois fomos NÓS que colocamos o GOVERNO onde ele se encontra hoje.

Não estou aqui a negar o dever do Poder Judiciário, mas sim, estou tentando mostrar a quem quiser ver... Que somos NÓS os primeiros fiscais, somos NÓS os primeiros guardiões da Constituição, somos NÓS os primeiros paladinos na defesa do dinheiro público e da ética.

Uma vez, o eleitorado desse país se rebelou e se fez presente, naquela oportunidade um presidente fora deposto – sendo um dos primeiros países a realizar um processo de impeachment. Assim sendo, basta a população conhecer o poder que detém para que as coisas comecem a mudar, o país não aguenta mais viver às sombras da corrupção.

Busca o presente subscritor, com essas palavras, não apenas expor seus tormentos que encontravam-se apreendidos, mas sim, chamar a atenção dos que queiram, pois não se ganha uma guerra lutando sozinho e, a guerra contra a corrupção em busca de um país melhor não pertence só ao Judiciário, ao Ministério Público e às demais entidades, ela pertence em primeiro lugar a todo e qualquer cidadão digno.



[1] Graduando em Direito pela Faculdade São Lucas; Representante Acadêmico desde 2009; Sócio do Instituto de Hermenêutica Jurídica Secção de Minas Gerais – IHJ/BH; Sócio do Instituto de Direito Eleitoral do Estado de Rondônia – IDERO; Estagiário atuante há mais de 3 (três) anos; Registrado na OAB/RO sob o nº 686-E; Desempenhando Atualmente as Funções de Estagiário de Nível Superior em Direito no TCERO com Lotação no Departamento de Controle de Atos de Pessoal – DCAP e no Escritório de Advocacia Bezerra Oliveira Advogados Associados; E-mail: [email protected].

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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