Terça-feira, 16 de novembro de 2021 - 13h31
O
espaço cultural destinado ao duelo de bois-bumbás no município de
Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, virou arena de motociclistas que
praticam infrações de trânsito.
O vídeo divulgado em redes sociais que mostra vários motociclistas praticando manobras e ‘rachas’, alguns sem capacete, chocou os apoiadores das agremiações folclóricas Flor do Campo e Malhadinho, pois o local abriga o bumbódromo e os dois centros culturais que são alvos de vandalismo desde 2018 e o governo do estado não toma providências para proteger o patrimônio cultural.
O autor da postagem tem várias
infrações de trânsito publicadas na internet como empinar moto e pilotar em
alta velocidade.
O
senado aprovou em outubro deste ano o PL 130 2020 que prevê a suspensão da
carteira do motorista que divulgar em redes sociais qualquer registro visual —
vídeo ou imagem — de crimes de trânsito ou de infração que coloque em risco a
própria de quem pratica e a de terceiros.
O texto também já foi
aprovado na Câmara e altera o Código de Trânsito Brasileiro.
Com modificações feitas por
senadores o projeto em breve será novamente analisado pelos deputados.
Pela proposta aprovada no Senado,
“divulgar, publicar ou disseminar, em redes sociais ou em quaisquer outros
meios de divulgação digitais, eletrônicos ou impressos, registro visual de
infração de circulação que coloque em risco a incolumidade própria e de
terceiros, ou de crimes de trânsito” deve ser considerada infração gravíssima
com multa a ser paga de 10 vezes o valor previsto em lei.
Se o infrator for o próprio
condutor do veículo, além da multa, será aplicada a penalidade de
suspensão do direito de dirigir por 12 meses.
A proposta também impõe que
a retirada do conteúdo das redes sociais não isenta o infrator das penalidades.
O abandono
do local
O BLO denunciou em agosto
deste ano o abandono da área com obra de três mil metros quadrados onde foram
empregados mais de 2,5 milhões de reais, a maior parte vinda do Ministério do
Turismo.
Relembre o caso:
Relembre o caso:
Dez dias após a reportagem, o Secretário Executivo Regional da Casa Civil de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, o Coronel Flávio Derzete, divulgou reunião emergencial para proteger o bem público.
O governo e as associações folclóricas firmaram parcerias para garantir que o local permanecesse fechado para evitar invasões e depredações.
As agremiações providenciaram apoio de empresas privadas para material e serviço de solda dos portões e o governo do estado garantiu suporte.
Representantes dos bois-bumbás acompanharam os trabalhos entusiasmados com o diálogo aberto com o governo e criaram um projeto de ‘vakinha’ online para a compra de tinta e outros materiais necessários ao reparo inicial.
Sem vigilância, os portões foram arrombados novamente dias após a reunião com secretário do governo.
A expectativa é de que o Ministério Público aja para barrar invasões e vandalismo, proteger o bem público, investigar o abandono e forçar o governo do estado a garantir destinação da área à cultura.
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