Terça-feira, 21 de junho de 2016 - 14h04
“Política é que nem feijão. Se não tiver panela de pressão, não amolece”, disse o presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann ao abrir a mesa de diálogos organizada pela Frente Brasil Popular de Rondônia na noite desta segunda-feira na Faculdade Católica de Rondônia.
Autor de mais de 40 livros, o economista e doutor em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas discorreu sobre o tema: “Reflexões sobre o atual Cenário Político, Econômico e Social Brasileiro”.
O evento faz parte do Projeto “Mesa de Diálogos”, promovido pela FCR e Frente Brasil Popular, cujo objetivo é proporcionar momentos de diálogos acerca da realidade brasileira e os desafios vivenciados na atualidade, pois o conhecimento e debate destes desafios é espaço fecundo para a reflexão e construção de caminhos participativos.
“Sem luta social não há mudança”, por isso o foco principal da palestra de Pochmann é a destacar a importância da mobilização coletiva como forma de transformar o meio em todos os aspectos.
Para ele, com o advento das redes sociais, qualquer um pode e deve exercer o papel de protagonista das transformações sociais, mas falta comprometimento. “Vivemos um momento importante pra democracia e no futuro, alguns se lembrarão do quanto se esforçaram para construir um país com menos privilégios”.
A reorganização das políticas públicas contemplando plenamente a Constituição Federal de 1988, de modo que inclua todos os brasileiros nas oportunidades geradas pela economia nacional é o caminho, e a corrupção não só promove a desigualdade, mas impede o crescimento econômico no Brasil.
É aí que a participação coletiva se torna indispensável, pois na pressão popular o Brasil mudou consideravelmente desde a redemocratização. Só que a relação do Estado com o mercado precisa ser reformada, segundo Pochmann, pois é o que nos condena à corrupção e inibe o desenvolvimento em todos os cenários.
“São as máfias que dominam os orçamentos públicos no município, no governo estadual, no governo federal, na justiça, no legislativo. Quem manda aqui na cidade? É o prefeito democraticamente eleito ou é a máfia do lixo e do transporte coletivo? Aqui não é assim?”
Com o auditório lotado, o evento encerrou com reflexões coletivas que envolveram o meio acadêmico e vários integrantes de movimentos sociais. A Frente Brasil Popular tem uma extensa agenda de mobilizações em todo o Estado no mês de junho que inclui outras mesas de diálogos e atos públicos em defesa da democracia.
Fonte: Luciana Oliveira / Visite: http://
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