Porto Velho (RO) quinta-feira, 25 de abril de 2024
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Dom Moacyr

A essência divina da família e do povo!


 
As celebrações desta semana, das solenidades da Santíssima Trindade, de Nossa Senhora Auxiliadora e do Corpus Christi, no contexto do Ano Jubilar da Misericórdia, evidenciam pontos de convergência para “a paz sempre possível”, à “comunhão universal” onde “ninguém fica excluído desta fraternidade” e para a busca “do bem comum que engloba as gerações futuras” (LS 92 e 159).

Debatendo os melhores caminhos para superar as graves situações de injustiça que padecem os excluídos em todo o mundo, o papa Francisco, no 2º Encontro dos Movimentos Populares, afirmou que seu clamor é ouvido na América Latina e em toda a terra: “Cada um de nós é apenas uma parte de um todo complexo e diversificado interagindo no tempo: povos que lutam por uma afirmação, por um destino, por viver com dignidade”.

E na Encíclica “Laudato Si”, somos convocados a trabalhar pelo bem comum, pois, “nas condições atuais, onde há tantas desigualdades e são cada vez mais numerosas as pessoas descartadas, privadas dos direitos humanos fundamentais, o princípio do bem comum torna-se imediatamente, como consequência lógica e inevitável, um apelo à solidariedade e uma opção pelos mais pobres” (LS 158).

Com estes sentimentos e com o tema: “Mãe Misericordiosa acolhei-nos na Casa Comum”, estamos nos preparando para a grande Celebração de Nossa Senhora Auxiliadora, que acontecerá terça-feira, dia 24 de maio.

A Padroeira do município de Porto Velho será homenageada por toda sua população, fiéis devotos, paroquias e comunidades que chegarão em caravanas às 16h, na Concentração da Paróquia Nossa Senhora do Rosário.A essência divina da família e do povo! - Gente de Opinião

A caminhada é temática (CF 2016); a pastoral Familiar está a frente do terço missionário e as ex-alunas salesianas, sempre presentes, são responsáveis pela decoração do andor de Nossa Senhora. Preside a Celebração, o arcebispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi, no Auditório da Catedral Sagrado Coração de Jesus, às 17h.

Homenageamos, de modo especial, a Família salesiana e sua importância no desenvolvimento educacional de nosso povo e de nossos jovens. Padres, bispos, irmãos e irmãs salesianas, verdadeiros educadores missionários, de todas as riquezas, a maior, a devoção a Maria Auxiliadora.

Papa Francisco, dirigindo-se à família salesiana, ano passado, em Turim (21/06), destacou que “da raiz sólida que dom Bosco plantou há duzentos anos no terreno da Igreja e da sociedade germinaram muitos ramos: 30 instituições religiosas vivem o seu carisma para compartilhar a sua missão de levar o Evangelho até aos confins das periferias”. E orou: invocamos Maria Auxiliadora para que abençoe cada membro da Família salesiana; abençoe os pais e os educadores que dedicam a sua vida a favor da formação dos jovens; abençoe cada jovem que se encontra comprometido nas obras de Dom Bosco, de modo especial naquelas dedicadas aos mais pobres, a fim de que, graças à juventude bem acolhida e educada, se consiga dar à Igreja e ao mundo a alegria de uma nova humanidade.

Hoje celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade que ecoa na esteira da Páscoa de Cristo: “Deus foi misericordioso para con­osco”. Trindade que “é o rosto com o qual o próprio Deus se revelou, não do alto de uma cátedra, mas caminhando com a humanidade”. Hoje louvemos a Deus não por um mistério particular, mas por Ele próprio, “pela sua glória imensa”, como diz o hino litúrgico. Nós o louvamos e agradeçamos porque Deus é Amor e nos chama a entrar no abraço da sua comunhão, que é a vida eterna.

A festa da Santíssima Trindade é momento especial para refletir sobre nossa própria identidade e missão no mundo. Somos a família humana, formada por povos diversos e de culturas diferentes. Somos homens e mulheres chamados a nos acolher no respeito mútuo e na igualdade de direitos. Somos diferentes uns dos outros: na diferença nos completamos.

A fé em Deus Trindade nos leva a reconhecer a beleza e a profundidade da Realidade humana. Deus é UM em três pessoas, mistério de amor e comunhão, perfeita unidade na diversidade. A comunidade humana encontrará a sua verdadeira realização se buscar conviver numa relação de igualdade entre todos os seus membros, respeitando as diferenças. Pela fé, tivemos acesso a essa revelação. Pela fé, conhecemos a Deus e entramos na sua intimidade (VP).

O livro dos Provérbios mostra que o caminho que nos conserva na comunhão com Deus e com os irmãos é o da sabedoria (Pr 8,22-31). Ela é a primeira de todas as obras divinas, a que orienta o destino de tudo e de todos.

Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus (Jo 16,12-15). A comunidade de João demonstra a sua caminhada de amadurecimento na fé em Cristo.

O que os antigos vislumbraram articulou-se mais claramente naquele que João chama “a Palavra” de Deus, Jesus Cristo, que não apenas nos faz ver a maravilha da inteligência divina na Criação, mas nos revela o mais íntimo ser de Deus: seu amor. O Espírito que animou Cristo ficou conosco e tornou-se para nós sua memória atuante, eterna presença daquele que, no sentido mais pleno pensável, é o “Filho de Deus” (Konings).

Essa participação, na intimidade da vida divina, é o que nos deixa em paz com Deus e o que nos faz adentrar na dinâmica do seu amor derramado em nossos corações (Rm 5,1-5). Dessa relação íntima com Deus e o próximo provêm a paz, a perseverança nas tribulações e a firmeza no amor, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos dá a conhecer toda a verdade revelada em Jesus Cristo e essa certeza nos faz assumir com destemor a missão de testemunhar, no meio deste mundo, o amor que torna possível a inclusão de todos os seres numa sociedade justa e fraterna, imagem e semelhança da Trindade santa (VP).

Ao falar sobre a Família e a Trindade na Exortação Apostólica “Amoris Laetitia”, papa Francisco afirma que Deus não é solidão e sim, Família, cuja essência divina, é reflexo vivente da Santíssima Trindade:
O casal que ama e gera a vida é a verdadeira escultura viva, capaz de manifestar Deus criador e salvador. A relação fecunda do casal torna-se uma imagem para descobrir e descrever o mistério de Deus, fundamental na visão cristã da Trindade que, em Deus, contempla o Pai, o Filho e o Espírito de amor.

O Deus Trindade é comunhão de amor; e a família, o seu reflexo vivente. O nosso Deus, no seu mistério mais íntimo, não é solidão, mas uma família, dado que tem em Si mesmo paternidade, filiação e a essência da família, que é o amor. Este amor, na família divina, é o Espírito Santo. A família não é alheia à própria essência divina. Este aspecto trinitário do casal encontra uma nova representação na teologia paulina, quando o Apóstolo relaciona o casal com o mistério da união entre Cristo e a Igreja (Ef 5,21-33).

Com este olhar de fé e amor, de graça e compromisso, de família humana e Trindade divina, contemplamos a família que a Palavra de Deus confia nas mãos do marido, da esposa e dos filhos, para que formem uma comunhão de pessoas que seja imagem da união entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo (AL 11,29).

Na 5ª feira, a Igreja celebra uma importante solenidade que reveste o mistério central de sua fé: Corpus Christi. Neste dia, celebra-se o Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo. Como tradição popular, muitos fiéis enfeitam as ruas para a procissão que traz o grande motivo da festa, Jesus Eucarístico, manifestando publicamente sua fé. Assim vários municípios de Rondonia, de modo particular, as paroquias e a Catedral de Porto Velho

A festa de Corpus Christi oferece a oportunidade de refletir sobre o sentido da eucaristia na vida dos cristãos. Celebrar a memória de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é atualizar seus gestos de amor oblativo em favor da vida de todas as pessoas (VP).

De modo particular, não podemos esquecer a dimensão social da eucaristia. O número de pessoas que precisam de ajuda humanitária está crescendo. E o número de fugitivos no mundo todo atingiu no último ano, 60 milhões de pessoas, tendo, como consequência o aumento da necessidade de ajuda humanitária.

A Igreja (santa Sé) participa, com todos os países, da Cúpula Mundial Humanitária (23-24/05) em Istambul. Acompanhemos com nossas orações e solidariedade aqueles que buscam respostas para que esta ajuda humanitária seja eficiente e preventiva.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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