Cochá News 06/03/09

DEFENDENDO SIBÁ

Pois é. Sibá Machado virou saco de pancada mesmo. A estratégia da presidenciável Dilma Rousseff de presentear o ex-senador acreano com o cargo de representante de Rondônia no consórcio da Energia Sustentável do Brasil já rendeu muito para o PT local. Pelo que se vê e ouve nenhum rondoniense concorda com a nomeação de Sibá, exceto o deputado Valverde e o vereador Cláudio Carvalho. Ambos defenderam o ex-senador como se acreanos fossem.

CIÚME DOS FRACOS

Na verdade, não há nada contra Sibá, exceto o fato de não ser rondoniense – aí alguém pergunta, e quem é rondoniense? -, pois ser acreano não lhe tira mérito, pelo contrário. Pior seria se fosse paulista, mineiro, carioca, gaúcho ou de qualquer outro estado, que não conhecesse a realidade amazônica, e conseqüentemente não se identificasse com os interesses regionais. A questão local é ciúme, que marca o enfraquecimento das lideranças rondonienses, de todas.

NADA DE CAMPANHA ANTECIPADA
(será uma visita de trabalho)

Ninguém confirmou a presença da ministra Dilma Rousseff na comitiva presidencial, dia 12 em Porto Velho, para uma vista ao Estado e às obras do PAC (usinas), em curso, mas não se surpreenda, leitor, se ela aparecer, de repente, e transformar a visita de trabalho do presidente Lula numa grande festa política, com direito a tantas outras fotografias com prefeitos, vereadores, deputados e potenciais candidatos, e muitos discursos - mas nada de campanha antecipada. Ninguém ofende assim a Justiça Eleitoral.

SOLO AMAZÔNICO
(técnico esclarece sobre uso racional)

Ao ler um estudo produzido pelo técnico da Emater, Kleber Rodrigues, dando orientação sobre vários aspectos do solo amazônico, e sobre a importância do uso racional dos recursos naturais da região, um fato me chamou atenção pelo risco de um dano ambiental irreparável, produzido inconscientemente pelos próprios produtores rurais: A camada agricultável de boa parte das terras da Amazônia (Rondônia) é de cerca de 5 (cinco) centímetros – por isso deve ser protegida de fogo e tudo mais – e com a utilização de técnicas para revirar este solo (serviço de grade) a tendência é de que os poucos nutrientes e minerais presentes nesta fina camada, desapareçam. É o risco da desertificação.

MULTIPLICANDO CONHECIMENTO

Em palestra para estudantes em Porto Velho, em que defendeu critérios mais apurados para a utilização do solo e dos recursos hídricos de Rondônia, Kleber ressaltou a importância do conhecimento e da formação dos jovens que atuarão como multiplicadores desse conhecimento. Para ele, este é um momento propício para a discussão desse assunto, tendo em vista a construção das usinas e a instalação das escolas agrotécnicas federais, que vão formar gente e servir de base para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

GANHOS E PERDAS

Indagado pelos alunos sobre as usinas e o que se pode esperar das obras, o técnico respondeu que elas certamente resolverão a médio e longo prazos, o problema energético do Brasil, mas em contrapartida vai gerar muitos danos ambientais – fauna e flora – e provavelmente à própria estrutura do Rio Madeira que, segundo ele, é um rio jovem, em formação, e que ainda busca um leito definitivo. Em suma, o que ele disse é que há ganhos e muitas perdas com a obra. É preciso bom senso, pesquisa e muito estudo nesta hora.

E O CREA?

O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Rondônia (CREA), que sempre foi tão exigente com as construções de barracos por toda Porto Velho, vai ter que explicar bem as autorizações que certamente deu para construção de vários edifícios na Capital. Talvez seja importante repensar os projetos, os cálculos e o material empregado na execução desses serviços e obras. A Amazônia tem suas peculiaridades. Vamos lá

A ENTREVISTA

O professor Luiz Beltrão, grande comunicador brasileiro (meu professor de Teoria Geral da Comunicação) certamente se indignaria ao ver entrevistadores se envolverem de tal forma com seus entrevistados, a ponto de ninguém (com exceção dos conhecidos, amigos e familiares) saber quem é quem. Dia desses um convidado quase perde a calma, querendo falar alguma coisa, mas não teve chance. Aliás, ah, deixa pra lá. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Fonte: Cleuber Rodrigues Pereira
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