Vem de longe a história do Sinjor

É muito mais antigo do que pensam os jornalistas que labutam, atualmente, na imprensa de Rondônia, o projeto da criação do Sindicato dos Jornalistas. Começou há 37 anos e alguns meses. Isto mesmo: há muito tempo, quando na imprensa de Porto Velho trabalhava pouco mais de uma dezena de jornalistas, já se pensavam na fundação de uma entidade que reunisse e protegesse os profissionais de antigamente. Querem saber dessa história, com mais detalhes, perguntem ao Nelson. O jornalista Nelson Townes de Castro é uma das poucas testemunhas vivas desta história. Somos: ele eu. Nela tivemos a participação de pessoas que poucos, dos que estão aí na batalha, mais de mil filiados ao Sinjor, conheceram. Gente que muitos dos atuais coleguinhas que "saltitam" por aí falando em pioneirismo, nunca ouviram falar. Beth Costa é uma dessas pessoas. Não é a Beth Costa do Rio, que presidiu a Fenaj. Elizabeth Costa, de Porto Velho, uma grande profissional. Agitada, dinâmica, uma pessoa apaixonada por tudo o que produzia, texto ou poesia. Beth faleceu há pouco mais de um ano, isolada de tudo, depois de muito tempo doente alheia ao mundo, afastada dos amigos. Muitos amigos antigos, eu entre eles, nem sabiam que ela ainda morada aqui. Pois bem: era inicio de 1970, reunidos no terraço do Porto Velho Hotel (atual Unir Centro), um pequeno grupo de jornalistas dava o primeiro passo para a criação de uma entidade cujo objetivo principal seria reunir todos os que trabalhavam na imprensa da cidade. A idéia era criar uma associação e mais adiante iniciar as providências legais para chegar ao sindicato. Quem estava lá, além deste escrevedor de linhas antigas: Beth Costa, Nelson, João Tavares, Josias de Macedo e mais alguns, que não estou lembrado. Esse pequeno grupo contava, ainda, com o apoio de gente como Ary de Macedo, Ruy Cidade, Euro Tourinho, Rochilmer Rocha, Emílio Santiago (de Guajará-Mirim) e Emanuel Pontes Pinto, que eram os papas da comunicação, naquele tempo bom de Rondônia. Várias foram as discussões sobre a idéia, mas tudo ficou nos planos para o futuro. O grupo era pequeno, cheio de vontade, mas não tinha muita força. Beth, na última reunião, rascunhou a minuta de uma convocação geral, que seria definitiva, para uma reunião no Porto Velho Hotel, dia 7 de março de 1970, "no firme propósito de fundarmos Associação Rondoniense de Imprensa". Seria a primeira semente, que não vingou, para o nascimento do sindicato. Bom guardador de papel, ainda tenho, nas minhas coisas, esse "edital" escrito pela Beth. Ela foi embora de Porto Velho, cursou comunicação no Rio, mas tomou outro rumo e nada mais foi feito. Muito tempo depois surge a Associação de Imprensa de Rondônia, por iniciativa de Lucio Albuquerque. Teve vida curta e deu lugar à Associação Profissionais dos Jornalistas de Rondônia, que teve Carlão Sperança como primeiro presidente. Foi dessa Associação que surgiu o nosso Sinjor – Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Rondônia. Participei de todas essas etapas que antecederam a fundação do Sinjor. Vem de muito longe, portanto, a nossa história. Poucos, dos que fazem hoje a nossa imprensa, viram o começo.

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