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Ciro Pinheiro

SOLONÓPOLIS: MINHA TERRA NATAL


Há muitos anos não visitava minha terra natal, Solonópolis (terra de Solon Pinheiro), cidade centenária, distante 285 quilômetros de Fortaleza, no sertão central do Ceará. Foi, realmente, uma visita sentimental. Quando saí de lá tinha 17 anos e voltei poucas vezes. Fui em um fim de semana, com meus quatro irmãos: Cezar, Célio, Cláver e Celmo, cunhadas e alguns sobrinhos (14 pessoas). Fiz questão de levar meus filhos, Túlio e Nadhia, para conhecer minha terra e dos meus antepassados. Saímos de Fortaleza muito cedo e às 10 horas já estávamos no balneário da vila Boqueirão, atual distrito “Prefeita Suely Pinheiro”, abaixo da barragem do açude público federal Riacho do Sangue, a poucos quilômetros da sede do município. Foi lá que eu nasci e comecei a estudar. O banho reconfortante, na água bem fria, na grande piscina de água corrente, foi o melhor da chegada, antes do almoço, uma peixada saborosíssima. Menino magro e barrigudo, fiz lá o curso primário, estudando na escola estadual, com a professora Zélia, minha irmã mais velha. Morava, com minha família, na fazenda Vera Cruz, distante meia légua (três quilômetros), onde nasceram meus quatro irmãos mais novos. Andei, pelo caminho, onde todos os dias, naquele tempo, passava montado na jumenta “benedita”, de pêlo preto reluzente, na ida para a escola. Voltava meio dia, quase dormindo (eu e a jumenta), devagarinho, até a porta da casa, na Vera-Cruz. Fiz um roteiro sentimental, relembrando tudo. A estradinha está diferente e muitas árvores do percurso mudaram, mas identifiquei cada pedra do caminho, inclusive a pedra grande onde, naquele tempo, os preás esperavam a minha passagem, para brincar de esconde-esconde. Os lajedos, ou “lajeiros”, os tabuleiros de areia branca estão lá, do mesmo jeito. Vi o açudinho, onde os meninos tomavam banho e minha mãe lavava roupa, quase seco. Fiquei triste. O curral das vacas, não existe mais e tudo me deu muita saudade. Senti o cheiro do mufumbo e do mameleiro, como antigamente. O que não mudou muito foi a famosa serra da Vera-Cruz, apenas um pouco desmatada. Saímos da Vera-Cruz no cair da tarde, depois de rezar na “Cruzinha”, onde, segundo contam, morreu uma menina abandonada por retirantes, há muitos anos, e que tem feito milagres. Chegamos à cidade de Solonópolis no final da tarde, pernoitamos e passamos o domingo andando na cidade e visitando os parentes. Minha frustração é que lá encontrei poucos conhecidos, mesmo sendo Pinheiro a população quase toda. Fiquei contente porque a cidade está bem maior, bonita, limpa e bem cuidada, apesar da ausência dos administradores, que moram em Fortaleza. Devem ter uma equipe competente para cuidar da cidade. São médicos e trabalham na capital o prefeito Atualpa Pinheiro e o vice Walterno Pinheiro. O vice, Walterno, encontrei no balneário, no Distrito “Suely Pinheiro”, nome de sua mãe, que foi prefeita e faleceu ainda jovem. O pai, Ubiratan Pinheiro, foi prefeito duas vezes. O prefeito, Atualpa Júnior, também é filho de ex-prefeito, Atualpa Pinheiro (duas vezes). Na minha terra tudo é assim. É lei: gente estranha não manda na cidade. Eu, com tantos anos ausente, lá, já sou de fora. Um estranho. Virei portovelhense. 


FIM DE FÉRIAS

Cheguei das férias. Terminou minha folga de um mês, na boa inatividade, no meu Ceará, como há muitos anos não acontecia. O tempo maior fiquei em Fortaleza, no apartamento onde há oito anos mora meu filho, o Túlio. A família toda: eu, a Penha, a Nádhia e ele, Túlio. Estive em Natal (RN), na cidade de Sobral, uma das grandes e bonitas cidades do interior cearense; em Solonópolis (ou Solonópole), minha cidade natal, e Uruburetama cidade onde vivi, durante oitos anos, bons tempos da minha juventude. Para que eu possa contar todo esse roteiro, o diretor, Euro Tourinho, liberou duas páginas do velho e sempre vivo Alto Madeira. É lógico que não posso abusar da atenção dos amigos, mas como nesta terra, Porto Velho, a maioria da população é de origem nordestina, creio que não vou contrariar ninguém escrevendo coisas do Ceará. Esta é a minha primeira Coluna neste ano novo e aqui mostro o Ceará que vi, mais precisamente a bela capital, Fortaleza, cada vez maior e mais agitada. Como disse meu substituto escreveu, neste mesmo espaço do AM, com mais dois anos completo

40 anos fazendo esta Coluna, em página inteira, nas quintas e domingos. Algumas vezes, ultimamente, tenho falhado nas quintas-feiras (poucas vezes), mas nos domingos é certa a nossa presença aqui, neste espaço. Quarenta anos... Não é que eu seja velho. É que comecei cedo. Estou no site “gentedeopinião” e, uma vez por mês, na revista “Momento”, com duas paginas. É isto. Este espaço, especial, hoje, é todo meu. Com a permissão dos amigos que prestigiam esta Coluna, no jornal e na Internet. E no próximo domingo tem mais. Se Deus quizer. 

CEARÁ TERRA DO SOL, DO MAR AZUL E DA ALEGRIA

TERRA DA ALEGRIA - Fortaleza está, cada vez mais, bonita, maior e melhor. Cidade moderna, dos edifícios modernos, hotéis de luxo, das belas praias, do mar verde-azulado, muito sol e muito vento, de um povo que curte a alegria de viver. O Ceará é berço dos maiores comediantes do Brasil, entre eles Chico Anísio, Renato Aragão, Tom Cavalcante, o Tiririca e os mais novos, que lotam, todas as noites, teatros, boates, bares e outros locais da cidade. Entre eles: Raimundinha, Zé Modesto, Virginia Del Fuego, Marilac, Aurineide Camuripim, Luana do Crato, Matilde Mastrogilda, Titela, Ery Soares e muitas outras figuras engraçadas que mostram que a arte de fazer rir, a gaiatice, são próprias do cearense. Eles formam grupos e são a grande atração dos turistas que visitam Fortaleza a qualquer época do ano. 
PRAIAS - As praias são um convite permanente aos turistas, de todo o Brasil e do Exterior, que lotam os hotéis da cidade, os melhores do Nordeste. Praia do Futuro, a mais freqüentada, Iracema, Beira-Mar e muitas outras, entre elas as mais afastadas, como Caponga, Morro Branco, Canoa Quebrada, Praia das Fontes, Jericoacoara, Quixaba, e Majorlândia. Quem vai ao Porto das Dunas encontra o Beach Park, o maior parque aquático da América do Sul, a 20 quilômetros de Fortaleza. Só vendo para contar.

ARTESANATO
- Outra atração é o artesanato. É impossível visitar Fortaleza e não se encantar com o artesanato que é produzido pelos cearenses. A criatividade do cearense é impressionante neste ramo. Bordados, labirintos, trançados em palha e cipó, cerâmica, madeira, couro e muitos outros trabalhos feitos à mão, como redes de dormir, as melhores do Brasil. O turista tem um mundo de opções para as compras, em Fortaleza, na avenida Monsenhor Tabosa, no Centro de Turismo, no Mercado Central e na ferinha da avenida Beira-Mar, sempre à noite. No Mercado Central, ao lado da Catedral Metropolitana, no centro, tem de tudo: de castanha à rede bordada, passando por doces, bolsas e tapetes. Em qualquer lugar não é difícil encontrar gente de Porto Velho, fazendo compras. 
CULTURA E GASTRONOMIA - O Centro Dragão do Mar é o local onde a arte e a cultura fazem ponto. É um dosmais modernos e bem equipados centros culturais do Brasil. Ao seu lado, todas as noites, os visitantes se reúnem em mesas de restaurantes e bares. A gastronomia cearense é a paixão de quem visita a capital. O cardápio tem opções para todos os gostos desde frutos de mar até comidas típicas, verdadeiras delicias, como a carne-de-sol, o baião-de-dois, paçoca, lagosta, camarão, tapioca e, para os que gostam, panelada e buchada de bode. 
SERRA E SERTÃO - Quem não quer ficar em Fortaleza, pode conhecer regiões como a Chapada da Ibiapaba, o Cariri, o Sertão Central, Vale do Acaraú, Serra de Baturité, além da Costa Sol Nascente e Costa Sol Poente, tudo belo e fascinante. No sertão, o cenário mostra a força e a fé do sertanejo, que enfrenta todas as dificuldades naturais da terra da seca na luta pela sobrevivência. Nas serras um clima de paraíso está sempre no ar. Na Chapada da Ibiapaba, o visitante encontra atrações como a Bica do Ipu e o Parque Nacional de

MAIS PRAIAS
- Na Costa Sol Nascente, se encontram praias deslumbrantes, coqueirais, falésias de areias coloridas, manguezais, na foz do Rio Jaguaribe, onde estão cidades de interesse histórico, como Aquiraz e Aracati. A Costa Sol Poente é recortada por enseadas, lagos, praias largas, várias ainda em estado primitivo, em geral habitadas por comunidades de pescadores que preservam suas tradições ajudando a compor o perfil do litoral oeste do Estado. Os atrativos nessa área começam com as praias do Icaraí, Tabuba, Pecém (ainda na região metropolitana de Fortaleza) e continuam em Cumbuco, Taíba, Paracuru, Lagoinha, Fleixeiras, Mundaú, Baleia e Almofala. Mais à frente o turista encontra Jericoacoara, considerada uma das dez praias mais belas do mundo.

Fonte: Ciro Pinheiro

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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