Porto Velho (RO) quinta-feira, 2 de maio de 2024
opsfasdfas
×
Gente de Opinião

Antônio Cândido

PAI, AGORA EU SEI...


 

         Antônio Cândido da Silva

 

Pai! Só agora, depois de já crescido,

só agora depois de já ser pai,

eu consigo encontrar-te nos caminhos

onde adulto me vejo a percorrer.

Descobri afinal o pai que foste

e o motivo de ser o pai que sou.

 

Hoje volto nas asas da saudade

ao tempo da criança que já fui,

para aprender contigo que o exemplo

é o mais eficaz ensinamento.

E te encontro em silêncio, pensativo,

no aconchego do dever cumprido

quando eras meu pai e meu herói.

 

Tomo tua mão, e volto a ser criança,

na magia da brisa matinal.

E sob o sol da manhã dominical

voltamos juntos ao caminho antigo

onde a nadar eu aprendi contigo

nas águas frias dos igarapés.

 

Tu me ensinaste todos os caminhos

mesmo não tendo frequentado escolas,

porque sabias que para ser pai

bastava ter o amor dentro do peito

como o mais importante mandamento

e deixar o exemplo por herança

como a mais preciosa das lições.

 

Hoje eu sei meu pai, que pra ser pai,

é preciso também ser sonhador

e conjugar durante toda a vida

aqueles verbos que, por coincidência,

conseguem rima com o verbo amar.


É preciso aprender a se doar

para ensinar, depois, a caminhar.

É necessário entender a vida

e que ser pai é para a vida toda

porque os filhos nunca vão crescer.

 

Aprendi que ser pai

é educar, vibrar, incentivar,

apoiar, sonhar, acalentar,

amparar, caminhar, renunciar

e acima de tudo perdoar.

 

Que o pai deve ser aquele amigo,

sempre a dizer presente o tempo inteiro,

ser a pedra angular onde a família

encontra a paz, a força, amparo e luz.

É receber depois de longa espera

contente o filho pródigo que volta.

É ser como pastor da história de Jesus.

 

Ser pai, depois de tudo,

é não morrer e sim virar saudade.

É morar num cantinho da lembrança,

para um dia qualquer virar histórias

que o filho contará para os seus netos

lembrando do seu tempo de criança...

 

                            À memória de meu pai ARTUR

 

Poesia do livro “Da janela por onde o tempo passa”

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 2 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

ASSASSINOS DA NOSSA HISTÓRIA - A ORIGEM

ASSASSINOS DA NOSSA HISTÓRIA - A ORIGEM

Estou escrevendo o meu sexto romance entre os meus treze livros já escritos e, “Nas terras do Até que Enfim,” retrata a ocupação do antigo Território,

NA NOITE DE NATAL

NA NOITE DE NATAL

          Antônio Cândido da Silva. Na minha infância de menino pobre deixava meus pedidos na janela que eram feitos pra Papai Noel durante minhas noi

PORTO VELHO — SETENTA ANOS DE CUMPLICIDADES

PORTO VELHO — SETENTA ANOS DE CUMPLICIDADES

  Antônio Cândido da Silva   Estou a caminho de completar setenta anos que cheguei a Porto Velho, no distante ano de 1945. Vinha do Seringal Boa Hora,

CANHOTOS UNIDOS, JAMAIS SERÃO VENCIDOS!

CANHOTOS UNIDOS, JAMAIS SERÃO VENCIDOS!

          Antônio Cândido da Silva           Como estamos em tempos de igualdades, de reivindicações das minorias, de indenizações pelo que os nossos

Gente de Opinião Quinta-feira, 2 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)