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O ABSURDO MUNDO DOS INSATISFEITOS


O ABSURDO MUNDO DOS INSATISFEITOS - Gente de Opinião

William Haverly Martins

O dito popular “cada cabeça, uma sentença”, de certa forma explica porque é difícil entender as pessoas que enveredam pelos caminhos das drogas. A liberdade de escolha é um direito de todos, mas só alguns a exercem com competência. A busca do excepcional faz parte do homem, eternamente insatisfeito: se um dia ele pudesse descobrir a certeza do céu, inconformado, iria à cata de algo além. A feGente de Opiniãolicidade mora na expectativa do amanhã! Além dos problemas gerados no eu, há causas físicas, psicológicas e sociais para um ser humano se iniciar no absurdo mundo das drogas.

Entrementes, por que existe concordância se são tão diferentes? Os motivos de concordância divergem, é como um aprendizado. Um ser copia o outro, mas a consciência é uma coisa e os atos são outra. Desde tenra idade demonstramos pleno conhecimento entre o certo e o errado. Enveredar pelo caminho das drogas é como seguir uma novidade, a leviandade vive em nós como parasita, cabe-nos apelar à força do conhecimento moral para não nos tornarmos farsantes da nossa própria ingenuidade.

Das seis drogas (álcool, fumo, cocaína, maconha, craque e ectasy) consumidas regularmente no Brasil, apena o álcool e o fumo são legais, embora proibidas a menores de 18 anos. Não vamos nos deter nos efeitos e nas consequências de cada droga de per si, mas apenas salientar que o consumo e o tipo da droga variam com a classe social de cada viciado. As políticas de estado para repressão a traficantes e o tratamento a viciados não vem surtindo os efeitos esperados, porque as ações estão incorretas.

A recém-criada Secretaria de Estado de Promoção da Paz, uma ideia do Deputado Federal Givaldo Carimbão do Estado de Alagoas, onde foi criada a primeira secretaria homônima, pretende estabelecer políticas públicas de repressão, prevenção e tratamento à dependência química no Estado de Rondônia. No último encontro de autoridades sobre o tema ninguém acenou a bandeira da legalização.

A princípio parece uma atitude absurda, mas a solução dos problemas pode está na legalização de drogas leves como a maconha, seguindo o exemplo de vários estados americanos e alguns países da Europa. A famosa lei seca dos EUA não acabou com o consumo do álcool, foi a legalização e não a repressão que resolveu a situação. Este primeiro passo serviria de experiência para legalizações futuras de outras drogas, assim como ocorre com os cigarros e as bebidas.

Política repressiva estimula cada vez mais a criminalidade e a utilização de setores mais pobres da sociedade para a distribuição. A Secretaria de Estado de Promoção da Paz deveria abster-se da hipocrisia e dar início a grande discussão nacional de acesso por parte do Estado ao mercado de drogas, desde seu plantio, manipulação e fiscalização de qualidade, consequentemente com uma população consumidora mais sadia e um possível controle da criminalidade decorrente.

A maioria dos jovens brasileiros tem acesso ao fumo e não fumam, acesso ao álcool e não bebem, existe a possibilidade de que tenham acesso às drogas e não as utilizem, tudo depende da forma agressiva de educação adotada pelo Estado, educação para as emoções.“É proibido proibir”, a proibição só estimula. Correto é a educação centrada na meritocracia: o conhecimento a instrução, a cultura como um todo podem e devem ocupar o lugar das drogas na cabeça do jovem.

Além da legalização o Estado precisa cumprir a sua parte, diminuindo a desigualdade social que além de excluir jovens da sociedade, os leva às drogas, ao analfabetismo, à prostituição, ao crime. O trabalho é intenso, o caminho é longo, mas os efeitos serão mais duradouros.

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Detalhes biográficos: baiano de nascimento, mas rondoniense de paixão, cursou Direito na UFBA e licenciou-se em Letras pela UNIR, é professor, escritor, presidente da ACRM – Associação Cultural Rio Madeira e vice-presidente da ACLER – Academia de Letras de Rondônia, onde ocupa a cadeira 31.          
 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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