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Abnael Machado

História do complexo do Museu EFMM e o Porto do Cai N'Água


História do complexo do Museu EFMM e o Porto do Cai N'Água - Gente de Opinião

Galpão onde se lozalizava o Museu da EFMM atualmente em reforma/GENTEDEOPINIAO

 

História do complexo do Museu da Ferrovia Madeira-Mamoré no qual se insere o Porto do Cai N’Água, no rio Madeira

O espaço ocupado pelas instalações da ferrovia Madeira-Mamoré, construída a partir do mês de junho de 1907, pela construtora norte-americana May S. & Rondolph, autorizada pela empresa Madeira-Mamoré Railway, Co. Ltda, foi ocupado pela primeira vez em 1866 por um destacamento de militares voluntários da Pátria, os quais construíram um improvisado cais em toras de madeira, permanecendo no local até 1870, quando retornaram a São Carlos do rio Madeira, sede do Regimento do Jamarí, ao qual pertenciam. O local passou a ser denominado pelos habitantes de Santo Antônio do rio Madeira e adjacências, “Porto Velho dos Militares” e também “Ponto Velho”. 

Em 1871 no local estiveram os franciscanos freis Jesualdo Macchett, Teodoro Maria Portararo de Massafra e Samuel Mencini, vindos de São Carlos do rio Madeira onde residiam. Ergueram uma grande cruz e construíram barraca coberta de palha para se abrigarem. Pretendiam estabelecer uma missão a fim de aldear e catequizar os indígenas da nação Caripuna, permaneceram poucos dias, retornando a São Carlos. Voltaram em 1872, ficando alguns dias, desistindo da instalação da missão, recolhendo-se à sua residência em São Carlos. 

A partir de 1872 se estabeleceu no antigo “Porto Velho dos Militares” o agricultor conhecido por Velho Pimentel, em um sítio (pomar), construindo um improvisado ancoradouro (Porto de lenha), na foz do atual igarapé Grande (hoje área do Porto do Cai N’água), para embarque de lenha nos navios movidos a vapor d’água. O local passou a ser nominado “Porto do Velho”. O qual em 1882 foi indicado pelo engenheiro brasileiro Carlos Marsing para ser o inicial da ferrovia madeira-Mamoré a ser construída entre Porto Velho e Guajará-Mirim (Cachoeira do rio Mamoré na fronteira Brasil/Bolívia), conforme consta no seu projeto e no relatório do jornalista Ernesto Matoso, relator da comissão Morsing, o qual cita que a localidade conhecida como Porto Velho dos Militares, Porto Velho dos lenhadores e também Porto Velho das Caçadas, à 7 km abaixo da cachoeira de Santo Antônio, ser o local de início da ferrovia. 
História do complexo do Museu EFMM e o Porto do Cai N'Água - Gente de Opinião

Porto do Caí N'água em Porto Velho-RO/GENTEDEOPINIÃO



Em 1890, o espaço compreendido entre o igarapé Milagres ao Norte; e igarapé Grande ao Sul; rio Candeias ao leste e rio Madeira a Oeste, a onde atualmente localiza-se parte da cidade de Porto Velho, Foi adquirido por compra, pelo coronel José da Costa Crespo, do governo do estado do Amazonas por seiscentos mil reis, integrando-o ao seu seringal “Crespo”. Espaço perdido em 1907 em questão judicial ganha pela empresa Madeira-Mamoré Railway Co. Ltda.


Trajetória da História do atual Porto do Cai N’água.
 

1872 – Porto de lenha na propriedade do sitiante Velho Pimentel. 

1907 – Integra-se as instalações da Estrada e Ferro Madeira-Mamoré Railway Co. Ltda, até 10 de julho de 1931, quando a ferrovia passou a ser administrada pelo governo federal. 

- Início da década de 1940 – foram instalados no local a agremiação social Danúbio Azul Bailante Clube, constituída e sua maioria por operários ferroviários, em cujos eventos festivos só era permitida a participação de sues associados e de convidados especiais. E a serraria Tiradentes de propriedade do governo do Território do Guaporé (Rondônia/1956, a qual em 1966 foi pelo Decreto nº 462 repassada à Prefeitura Municipal de Porto Velho, esta na década de 1970 à desativou. O Danúbio Azul Bailante Clube na década de 1950, mudou-se do barracão da madeira coberto de folha de zinco, na margem do rio Madeira, para sua nova sede social, um prédio situado na rua Tenreiro Aranha, esquina com a avenida Carlos Gomes. 

- Pela segunda metade da década de 1970, o local na margem do rio, passou a servir de ancoradouro à canoas transportando e vendendo produtos nativos e peixes, assim como à pequenas embarcações transportadoras de passageiros e mercadorias diversas. Foram construídos flutuantes de pranchas fixadas em toras de madeira nas quais instalaram quiosques de madeira dando surgimento a um improvisado porto, alcunhado “Cai N’água” pelos populares, provavelmente em alusão ao escorregadio barranco e tábuas de acesso as embarcações ocasionando quedas de seus usuários, n´água. 

BIBLIOGRAFIA
Cantanhede, Antônio - Achegas para a História de Porto Velho;
Ferreira, Hugo - Remenicência da madmarey e outras mais;
Hugo, Vitor - Desbravadores;
Lima, Abnael Machado – Terras de Rondônia (3ª edição);
- Porto Velho, Origem, evolução e Consolidação (Conferência na Fundação Cultural Iaripuna) 2007;
Goud, Charles A - O Último Titã;
Menezes, Esron Penha - Retalhos para a História de Rondônia;
Pinto, Emanuel - Rondônia Evolução Histórica;
Silva, Amizael Gomes - Amazônia, Porto Velho;
Matoso, Ernesto - Relatório da Comissão Morsing.
 

Fonte: ABNAEL MACHADO DE LIMA Prof. de História da Amazônia/Universidade Federal do Pará Prof. de Geografia Regional/Universidade Federal de Rondônia Membro do Instituto Histórico e Geográfico/RO Membro da Academia de Letras de Rondônia

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